Ele começou a carreira no como assistente de ataque, técnico de posições e até coordenador ofensivo por alguns times de futebol americano, os quais incluem uma maioria do college, mas também franquias da NFL. Em 1998, ele teve a primeira chance como head coach profissional, pelo Oakland Raiders. Depois disso, foi para o Tampa Bay Buccaneers, por onde conseguiu se tornar o treinador mais jovem da história a vencer um Super Bowl (39 anos, 5 meses e 9 dias). Em seguida, a ESPN contratou Jon Gruden para as transmissões de futebol americano. Essa parceria durou quase uma década e acabou de chegar ao fim, por uma razão digna, é verdade: Gruden assinou contrato com os Raiders novamente, e está de volta à NFL!
Quem é fã de futebol americano, inevitavelmente ficou empolgado com o retorno de Jon Gruden. Afina, a capacidade deste head coach, especialmente quando falamos de ataque (que é de fato a essência da NFL atualmente), é inquestionável. Oakland não assinaria um acordo de 10 anos valendo US$ 100 milhões se não fosse por isso.
Como técnico principal, em específico, Gruden liderou os Raiders e os Bucs no começo dos anos 2000, e teve ótimos trabalhos por lá. Os melhores anos desses dois times, que não vencem na pós-temporada desde 2002, foram justamente nas mãos de Jon Gruden. Agora ele se prepara para mais um desafio! Ele está de volta à franquia que o “revelou” para o futebol americano profissional – e alguns fatores mostram que isso tem tudo para dar certo mais uma vez.
Boas escolhas de Draft
Aos poucos, o Oakland Raiders tenta construir um elenco competitivo, seja por trocas, contratações de free agents ou escolhas prospectos. Enquanto ofensivamente o talento individual de nomes como Derek Carr e Amari Cooper, e a precisão da linha ofensiva (quando essa está saudável, é claro) são fatores que têm se destacado na NFL e de certa forma conseguem superar fragilidades na posição de running back e tight end, por exemplo, do outro lado da bola, o mesmo não pode ser dito.
Tudo bem que Khalil Mack talvez seja o melhor pass rusher da liga nas últimas temporadas, mas o sistema defensivo dos Raiders não vai muito além disso. Há duas temporadas, muitos reforços chegaram (Reggie Nelson, Sean Smith, Bruce Irvin), porém nenhum deles conseguiu corresponder totalmente às expectativas – não é à toa que a defesa de Oakland em geral não fica no Top 15 da NFL desde 2015. Os sistema ofensivo e defensivo dos Raiders estão longe de ser perfeitos. Ambos têm peças individuais talentosas, tanto jovens quanto experientes, mas ainda precisam de algo a mais nos setores.
Paralelamente a isso, lembre-se que Jon Gruden trabalhou como analista de futebol americano para a ESPN (EUA) por quase uma década. Entre os principais trabalhos de Gruden, um dos que mais se destacou foi o Jon Gruden´s QB Camp, no qual ele se tornou um “especialista” em avaliar e destrinchar jogadores e jogadas do college football. Em outras palavras, Jon Gruden sabe julgar prospectos do futebol americano universitário; ele conhece a NCAA. Aliás, é difícil encontrar na NFL agora um head coach que conheça tanto jogadores do college football quanto Jon.
O atual elenco dos Raiders é um projeto de curto, mas também de longo prazo. Talvez as peças que estão faltando por lá sejam adquiridas nos próximos anos por alguém que saiba avaliar talentos no futebol americano. Certo, Gruden?
Derek Carr
Derek Carr acabou de disputar sua 4ª temporada na NFL e as 14.690 jardas, 103 touchdowns e 44 interceptações ilustram em partes o que ele pode fazer lançando a bola. Não, o ano de 2017 não foi maravilhoso para Carr – e nem esteve próximo disso. Contudo, é possível encontrar vários culpados à frente do camisa #4 nessa temporada decepcionante que os Raiders protagonizaram.
Desde que chegou à liga, Carr ainda não sabe o que é ter mais de 13 (!) interceptações em uma temporada. Ademais, foi um dos quarterbacks mais decisivos nos últimos períodos neste tempo e provou que pode levar Oakland a outro patamar. Tudo isso, em meio a um elenco ainda em formação e sob o comando de um treinador iniciante e especialista em defesas.
Por outro lado, Jon Gruden, até mesmo nos trabalhos tentou e acabaram não dando certo, teve sucesso em promover boas temporadas a quarterbacks – foi assim com Rich Gannon na primeira passagem por Oakland e com Trent Dilfer em Tampa Bay.. Neste novo desafio, o head coach terá em mãos um jovem talentoso, exímio líder e destinado a vencer. Para ambos os lados, essa parceria deve render frutos positivos.
A divisão
Enquanto o Oakland Raiders ainda tem um dos elencos mais promissores da NFL e ainda está em posição de organizar o elenco em torno e um jovem e talentoso quarterback, o mesmo não pode ser dito para as outras equipes da AFC Oeste.
O Kansas City Chiefs passa por uma transição na posição mais importante do jogo e aparentemente terá que esperar um tempo considerável por um retorno concreto de Pat Mahomes dentro de campo, por melhor que tenha sido as primeiras impressões do calouro. O Los Angeles Chargers, por sua vez, não deverá ter Philip Rivers (36 anos) por muito mais tempo – e o time com certeza sentirá a ausência de seu líder depois disso. Por fim, o Denver Broncos nem sequer tem um quarterback definido neste momento. Apesar de contar com três candidatos a posição em 2017 (Siemian, Osweiler e Lynch), nenhum deles deu conta do recado e a franquia do Colorado ainda continua à procura de um líder.
Assim sendo, como citado, Oakland é a única equipe desta divisão que deve ter uma situação boa e estável na posição de QB num futuro próximo. Além disso, lembre-se que o elenco dos Raiders de um modo geral ainda é jovem (mais do que Chiefs, Chargers e Broncos, aliás) e, com alguns reforços nos próximos anos, pode enfim encaixar dentro das quatro linhas. Por tudo isso, não é um exagero imaginar que o Oakland Raiders de Jon Gruden estará no topo da divisão (e quem sabe até da conferência, consequentemente) em breve.
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