O período “maluco” da Free Agency terminou, mas isso não significa que o mercado da NFL parou. Pelo contrário. Nas últimas semanas, além de algumas trocas envolvendo o New England Patriots (Bill Belichick parece saber o que está fazendo mais uma vez), vimos importantes nomes tomando novos rumos, como foi o caso de Vinny Curry, Morgan Burnett e Terrelle Pryor, por exemplo.
Assim sendo, mantendo uma tradição do site, avaliei mais uma leva de transações desta free agency, deixando notas e comentários em cada uma delas. E detalhe: mais avaliações ainda estão por vir.
LEIA MAIS SOBRE FREE AGENCY:
– Avaliando as principais transações Free Agency 2018 (parte 1)
– Avaliando as principais transações Free Agency 2018 (parte 2)
Terrelle Pryor (WR) → New York Jets
Nota: B-*
Num primeiro momento quando se tornou wide receiver de fato (isso foi em 2016), Terrelee Pryor chamou a atenção após ter totalizado 77 recepções, 1.007 jardas e 4 TDs nos Browns (!). Isso rendeu a ele um novo contrato em Washington no ano passado. Todavia, as coisas não saíram como esperado (desempenhos oscilantes e grave lesão) e Pryor terminou o ano com 20 passes recebidos, 240 jardas e somente 1 touchdown. Em tese, fica claro que Terrelle pode vir a ser um recebedor sólido para determinado sistema ofensivo – os Jets decidiram apostar nele agora, o time precisa de melhores WRs. 2018 será um ano crucial para o jogador.
*valores do contrato ainda não foram divulgados oficialmente. Nota sujeita à alteração.
Mike Wallace (WR) → Philadelphia Eagles
Nota: B+
Poucos wide receivers são tão rápidos e conseguem explorar as rotas verticais tão bem quanto Mike Wallace. Não à toa sua média de jardas por recepção nas duas últimas temporadas esteve acima de 14 mesmo quase uma década atuando na liga. Na prática, os Eagles “trocaram” Torey Smith (custaria US$ 4 milhões neste ano) por Mike Wallace (US$ 2,5 milhões). Tanto em termos de produtivos quanto financeiros, Philly parece ter levado vantagem ao assinar com o veterano de 32 anos anos.
Frank Gore (RB) → Miami Dolphins
Nota: B+
Se existe algo ruim nesta troca, é o fato de o Miami Dolphins, em tese, não ter um elenco capaz de brigar por coisas grandes este ano – Frank Gore merecia isso nesta reta final de sua carreira. De qualquer maneira, foi uma boa negociação dos Dolphins nesta free agency: um ano e pouco mais de US$ 1 milhão (sendo que o impacto imediato no salary cap será de apenas US$ 630.000) por um running back experiente (34 anos), competitivo e que será o nº2 do elenco.
TROCA: Jason Pierre-Paul (DE) → Tampa Bay Buccaneers
Nota Bucs: B-
Nota Giants: B
Na prática, em geral, pode-se dizer que a troca foi Jason Pierre-Paul por uma escolha de 3ª rodada (69ª geral), já que as duas equipes ainda trocaram suas escolhas de 4ª rodada também. Para os Giants, adquirir a 69ª escolha geral e não precisar renovar com Pierre-Paul por altos valores a partir de 2019 parece ser o ideal para um time que busca renovação em partes do elenco. Para os Bucs, por outro lado, a equipe precisa de resultados imediatos no pass rush (foi o pior da liga em sacks no ano passado) – lembrando que Vinny Curry também foi contratado – e gastará apenas US$ 2,5 milhões com o novo reforço ex-New York em 2018. O único motivo para Tampa Bay ter ganhado “B-‘’ é porque Pierre-Paul está em seu último ano de contrato e isso pode custar caro a equipe da Florida num futuro próximo.
Morgan Burnett (S) → Pittsburgh Steelers
Nota: A
A única ressalva que precisa ser feita nesta transação é que Morgan Burnett vem sofrendo com lesões em toda sua carreira no futebol americano profissional. No mais, o talento deste jogador na posição de safety é indiscutível, o contrato assinado foi bom (3 anos, US$ 14,5 milhões) e a secundária dos Steelers precisava de ajuda. Ótima contratação de Pittsburgh!
Vinny Curry (DE) → Tampa Bay Buccaneers
Nota: B-
Vinny Curry terá 30 anos de idade em 2018 e totalizou somente 3 sacks na temporada passada. Partindo desses fatos, pode-se dizer que os Buccaneers exageraram muiti ao assinar com o pass rusher por 3 anos, US$ 27 milhões, certo? Errado. De um modo geral, 9 milhões de dólares por temporada para Curry está acima da média, mas a verdade é que sua baixa produção de sacks só aconteceu pela rotatividade dos pass rushers dos Eagles. Quem assistiu aos jogos de Philly no ano passado, sabe que Vinny Curry teve boas atuações. Com isso em mente, e levando em consideração que a linha defensiva de Tampa Bay precisava de reforços, essa é uma transação com respaldo positivo.
Doug Martin (RB) → Oakland Raiders
Nota: C-*
Em seis temporadas na NFL, Doug Martin já protagonizou dois anos acima das 1.400 jardas terrestres (justamente quando conseguiu se manter saudável pelos 16 jogos do campeonato). Além disso, em contrapartida, ele acumulou duas temporadas abaixo de 430 jardas corridas e 3 jardas por tentativa. O problema maior é que esses anos muito ruins foram tanto em 2016 quanto em 2017, o que torna a aquisição de Martin nesta free agency um risco ainda maior apesar do talento do jogador.
*valores do contrato ainda não foram divulgados oficialmente. Nota sujeita à alteração.
Sheldon Richardson (DT) → Minnesota Vikings
Nota: A
Você está preparado para a linha defensiva dos Vikings em 2018? Aquilo que já era bom ficou ainda melhor com a chegada de Sheldon Richardson, um dos defensive tackles mais completos da liga nos últimos anos. E lembrando: Minnesota acertou um contrato com Richardson de apenas US$ 8 milhões por um ano, podendo chegar ao máximo de US$ 11 mi com incentivos.
TROCA: Jason McCourty (CB) → New England Patriots
Nota Patriots: A-
Nota Browns: C
Num primeiro momento, era esperado que os Browns cortassem McCourty. Contudo, antes disso ser oficializado, os Patriots conseguiram se envolver em uma troca e acabaram ficando com o cornerback (e uma escolha de 7ª rodada), cedendo somente uma escolha de 6ª rodada por isso. New England, com a saída de Malcolm Butler, precisa de reforços na posição e Jason McCourty, apesar dos 30 anos, vem de um bom ano de 2017 em Cleveland. Pelo salário de McCourty em 2018 (algo em torno de US$ 3 milhões), ainda vale a pena apostar no veterano.
TROCA: Cordarrelle Patterson (WR) → New England Patriots
Nota Patriots: C+
Nota Raiders: C
Quem viu Cordarrelle Patterson no college football sabe que ele pode ser considerado um bust desde que chegou à NFL. Em meio à contusões e atuações inconstantes, Patterson tem ajudado mais no time de especialistas do que como um wide reiceiver propriamente dito – o que explica os motivos que fizeram os Raiders aceitarem a troca. Para New England, por outro lado, pagando apenas uma escolha de 5ª rodada, a equipe adquiriu um retornador sólido (lembrando que Danny Amendola está em Miami agora) e, quem sabe, uma arma vertical para Tom Brady.
Mike Pouncey (C) → Los Angeles Chargers
Nota: B-
Quando realmente saudável, Mike Pouncey é um bom center. A questão é que 2017 foi a primeira temporada em que ele atou em todas as partidas desde 2012. De qualquer maneira, estava claro que os Chargers chegaram a esta free agency buscando algum reforço para sua linha ofensiva. Como citado: Pouncey não é algo garantido, mas sem dúvidas marca uma evolução para instável OL de Los Angeles.
Justin Pugh (G) → Arizona Cardinals
Nota: A-
Poucas linhas ofensivas precisavam mais de reforços nesta free agency do que a do Arizona Cardinals. Ao mesmo tempo, poucos offensive linemen disponíveis eram melhores (e mais versáteis) que Justin Pugh. O contrato estabelecido (5 anos, US$ 45 milhões) pode ser um complicador a longo prazo em caso de troca ou corte, por exemplo. Contudo, a verdade é que os Cardinals, enfim, fizeram uma ótima transação!
Haloti Ngata (NT) → Philadelphia Eagles
Nota: A
Haloti Ngata pode não ser mais o pass rusher que fora há alguns anos, já que tem 34 anos de idade. De qualquer maneira, pelo menos contra a corrida ele ainda continua muito acima da média e, além disso, lembre-se que os Eagles pagarão apenas US$ 3 milhões a ele em 2018. Isso mesmo, três milhões de dólares somente! O pass rush de Philly está repleto de sólidos jogadores – e ele acabou de ganhar mais um.
Isaiah Crowell (RB) → New York Jets
Nota: C+
Recentemente, vi uma frase que faz bastante sentido: qualquer contrato “não-maluco” por um running back com algum talento pode ser considerado aceitável – e por isso podemos aprovar a contratação dos Jets aqui (3 anos, US$ 12 milhões). Crowell não tem um passado de lesões e vem de duas temporadas acima das 800 jardas terrestres e 4 jardas por tentativa. Ele não está no nível mais alto de corredores da liga, mas pode ser sólido para New York nos próximos anos.
Jerick McKinnon (RB) → San Francisco 49ers
Nota: D-
Por algum momento pensei que os Niners fossem ter uma free agency 2018 perfeita… Mas aí o time decide assinar um grande contrato com Jerick McKinnon. Vamos lá: McKinnon é bom recebendo passes (94 recepções nas duas últimas temporadas) e ideal para situações específicas nas partidas (como 3ªs descidas, por exemplo). Em outras palavras, o ex-Vikings é um bom nome para a rotação de corredores do elenco. Todavia, McKinnon não é um running back para as três descidas e muito menos vale um contrato de 4 anos, US$ 30 milhões. Os 49ers exageraram!
Jonathan Stewart (RB) → New York Giants
Nota: C-
Pelo histórico que tem na NFL, é justo acredita que Jonathan Stewart ainda pode render na liga aos 31 anos de idade. Todavia, quando olhamos para 2017, por exemplo, vemos que o running back teve média de 3,4 jardas por tentativa e só conseguiu uma corrida para mais de 20 jardas em todo o campeonato. Adquirir Stewart não foi um erro de New York, porém não precisava ser estruturado um contrato de 2 anos, US$ 6,9 milhões, sendo aproximadamente 45% desse valor garantido.
Anthony Hitchens (LB) → Kansas City Chiefs
Nota: C+
Antes de qualquer coisa: 5 anos e US$ 45 milhões (sendo US$ 25 mi) garantidos por Anthony Hitchens é muito. A questão aqui é que existe uma considerável chance de Hitchens ter um ano de 2018 ainda melhor que o de 2017 (seu melhor na NFL até agora), fato que justificaria o investimento dos Chiefs de um modo geral. Claramente, Kansas City está buscando um substituto imediato para Derrick Johnson.
Até agora, qual foi a melhor contratação da Free Agency 2018 da NFL? Mande sua opinião para nós nos comentários ou pelas redes sociais!
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