A pergunta que todo torcedor do Philadelphia Eagles quer saber neste momento é: como Carson Wentz estará em 2018 após ter rompido os ligamentos cruzados anteriores do joelho (em inglês, o conhecido termo torn ACL). Afinal, estamos falando de um quarterback considerado por muitos o MVP da temporada até ter se lesionado no ano passado. Além disso, sob a liderança de Wentz, os Eagles tinham a melhor campanha da NFL e construíram a base do time que acabou conquistando o Super Bowl LII mais tarde.
Enquanto cravar como será esta temporada de Carson Wentz é praticamente impossível, visto que a recuperação depende de cada jogador e do estilo de jogo deles, é possível relembrar como outros bons QBs, com estilos iguais e diferentes aos de Wentz, saíram-se quando sofreram o mesmo tipo de lesão. Uma lista dos últimos 13 anos contem nomes interessantes: Tom Brady (2008), Philip Rivers (2007), Joe Flacco (2015), Sam Bradford (2013 e 2014), Carson Palmer (2014), Brian Hoyer (2013), Donovan McNabb (2006) e Robert Griffin III (2012). E você sabe como foi a recuperação deles?
Tenha em mente ainda que Wentz não é o único QB titular nesta temporada que se recupera do rompimento dos ligamentos do joelho; Deshaun Watson (pela segunda vez na carreira) e Ryan Tannehill também tiveram suas participações no ano passado limitadas por conta disso.
Donovan McNabb talvez seja o melhor exemplo para Wentz
Antes de qualquer coisa, é preciso ter em mente as principais características de Carson Wentz. Além de muita força no braço e ótimo entendimento do jogo, o camisa #11 já sabe usar sua mobilidade e realizar lançamentos fora do pocket. Portanto, o joelho de Wentz mais que apenas recuperado, precisa possibilitar que o jogador tenha a mesma mobilidade que demonstrou nos dois primeiros anos na NFL; é essencial para o sucesso dele, ainda mais agora, que as defesas adversárias “sabem” como ele joga.
Partindo desse pressuposto, o quarterback que sofreu o torn ACL nos últimos anos e mais se assemelha a Carson Wentz é Donovan McNabb, ex-Eagles. McNabb rompeu os ligamentos cruzados anteriores do joelho em novembro de 2006, aos 30 anos de idade. Wentz sofreu a lesão ainda com 24, porém essa aconteceu em um mês parecido considerando o prazo de recuperação: em dezembro, de 2017. Lembrando que ainda não foi confirmado que Carson estará pronto para a estreia da temporada; essa é a expectativa de Philadelphia.
Há 12 anos, então, Donovan McNabb conseguiu se recuperar a tempo. Tudo bem que ele teve um mês a mais para isso, porém vale ressaltar que as pesquisas e métodos de recuperação para esse tipo de lesão na época eram menos desenvolvidos do que os da atualidade. Recentemente, pela frequência que essas contusões têm acontecido no futebol americano, é possível ver um jogador se recuperando total e corretamente mais rápido. É isso que os torcedores dos Eagles – e os amantes do futebol americano – esperam.
Por curiosidade, Donovan McNabb, o qual teve seu auge na NFL em 2004, teve outras boas temporadas após recuperado. Em 2007 ele esteve abaixo da média, mas conseguiu liderar os Eagles à final da NFC em 2008 e ainda foi eleito ao Pro Bowl em 2009.
Como foi a recuperação dos demais nomes?
Em 2009, um ano após a grave lesão, Tom Brady estava de volta e, por mais que tenha sido seu pior rendimento na última década, manteve os Patriots competitivos (campanha 10-6) e ainda foi ao Pro Bowl. Philip Rivers, o qual foge à regra pois, além de ter atuado com os ligamentos rompidos, conseguiu se recuperar durante a offseason de 2008. Na temporada regular, não ficou fora em nenhum jogo, totalizou 34 TDs aéreos e levou os Chargers à pós-temporada. Joe Flacco em 2016 não empolgou, mas pelo menos conseguiu algo inédito: ultrapassou as 4.000 jardas de passe. No caso de Sam Bradford, que perdeu quase duas temporadas completas pela lesão, no ano em que retornou, foi basicamente o mesmo.
Carson Palmer teve uma das melhores temporadas pós-torn ACL de todos os tempos. Após perder 10 jogos em 2014, Palmer totalizou 4.671 jardas e 35 TDs em 2015, tendo liderado os Cardinals a 13 vitórias. Naquele ano, o veterano QB foi o segundo nas votações para MVP. Por fim, os dois últimos destacados na lista são Robert Griffin III e Brian Hoyer. Enquanto Griffin III viu essa contusão atrapalhando sua brilhante temporada de calouro (e a carreira como um todo), Hoyer possivelmente vivia seu melhor começo de ano quando teve a infelicidade. Desde então, nenhum deles foi o mesmo. No caso de RGIII, em especial, sua recuperação recebeu muitas criticas pois claramente ele foi escalado antes do adequado. Ele passou por cirurgia em janeiro de 2013 e em setembro daquele mesmo ano (sem ter disputado nenhum jogo de pré-temporada) já estava under center novamente, na estreia do campeonato.
LEIA TAMBÉM: Qual time da NFL está mais próximo de conquistar o Super Bowl pela primeira vez?
Em geral, saiba que todos os QBs titulares citados, os quais romperam os ligamentos cruzados do joelho em uma temporada, atuaram na semana 1 do ano seguinte. Além disso, combinados (incluindo McNabb na lista), eles totalizaram 62,5% de aproveitamento nos passes, 3.871 jardas, 22,8 touchdowns e 12 interceptações no primeiro ano após a contusão. Além disso, também no campeonato de retorno, combinaram para uma campanha 64-56, com duas indicações ao Pro Bowl (Brady e Palmer), uma disputa de final de conferência (Palmer) e nenhuma ida ao Super Bowl.
O próximo desta lista é Carson Wentz
Carson Wentz estará recuperado fisicamente para esta temporada; um jogador como ele, ainda no começo da carreira, tem tudo para superar esse tipo de lesão. A questão para Wentz, contudo, pode ser mental. Sabemos que atletas quando sofrem graves lesões muitas vezes passam a “pensar duas vezes” antes de executar determinadas jogadas, com o receio de que uma outra infelicidade aconteça novamente. Sabemos que para QBs móveis as recuperações tendem a ser mais delicadas. Esse pode ser um desafio para ele. Afinal, a mobilidade e o ato de enfrentar os defensores está no “DNA de futebol americano” de Wentz – e ele não pode perder isso. Ademais, Carson Wentz não pode acelerar seu retorno. Já vimos nomes talentosos se precipitando para retornar aos gramados, e o resultado final disso não foi positivo.
Física e mentalmente, Carson Wentz parece estar em ótima posição para retornar bem em 2018. Além de sair da melhor temporada da carreira, na qual ele também foi um dos melhores jogadores da NFL, não é um absurdo pensar que o melhor de Wentz ainda está por vir. Como citado, ele só precisará de uma boa mente nos bastidores, a qual saiba motivá-lo, encorajá-lo e – mais importante – quando colocá-lo em campo. A sorte de Wentz é que Doug Pederson e o elenco do Philadelphia Eagles deixam ele em ótimo posição nessa conjuntura.
O que você achou do primeiro dia do Draft 2018? Mande sua opinião para nós nos comentários ou pelas redes sociais!
–
Siga-nos no Twitter @ShotgunFA
Curta no facebook.com/shotgunfootball