As expectativas não eram altíssimas sobre o Thursday Night Football entre Kansas City Chiefs e Los Angeles Chargers por acaso. Em campo, ficou justificado por que ambas as franquias têm duas das melhores campanhas da NFL e são vistas como candidatas em 2018.
Os Chargers não só conseguiram virar uma desvantagem de 14 pontos no último período, como confirmaram vaga antecipada nos playoffs. E detalhe: San Diego/Los Angeles amargava nove reveses seguidos diante de Kansas City. A abertura da semana 15 protagonizou um embate daqueles para ser analisado detalhadamente (talvez isso seja um spoiler do que virá durante a semana). Por ora, destaques – positivos e negativos – imediatos são necessários. É preciso falar de ambas as defesas, de Philip Rivers, corrida para MVP, Anthony Lynn, enfim.
Abaixo estão algumas (apenas algumas) das imediatas conclusões após o TNF da semana 15!
O momento de Philip Rivers
Mais uma vez, o Los Angeles Chargers sai de campo tendo em Philip Rivers o grande nome do triunfo. De fato, não foi um dia brilhante para Rivers, principalmente no primeiro tempo, quando lançou duas interceptações, além de outros lançamentos ruins. Contudo, quando mais precisou, o camisa #17 não desapontou seu sistema ofensivo.
As 313 jardas, dois touchdowns e duas interceptações de Philip Rivers diante de Kansas City o mantém em posição de fechar 2018 com seus melhores números em TDs e rating. Porém, o momento de Rivers vai além disso: não é absurdo dizer que ele jamais teve até hoje tamanho protagonismo e poder de decisão em sua carreira com os Chargers. O momento de Philip Rivers é digno de MVP, não tenha dúvida disso.
Os touchdowns para Mike Williams, as terceiras e quartas descidas convertidas, o envolvimento de vários nomes no sistema ofensivo, o ato de vencer sem o principal running back (e wide receiver pela maior parte do duelo), e fazer tudo isso fora de casa contra este Kansas City Chiefs, não é algo comum na NFL.
Nem sempre o quarterback terá um dia impecável. Como Philip Rivers não teve no confronto. Contudo, se esse jogador for especial e estiver entre os MVPs do campeonato, ele realizará lançamentos pontuais em momentos cruciais. Exatamente como Rivers executou.
Hoje, os Chiefs não são um time de Super Bowl
A noite desta quinta-feira (13) não foi boa para o Kansas City Chiefs. Depois de um primeiro sólido nos dois lados da bola contra o Los Angeles Chargers, a franquia comandada por Andy Reid caiu de rendimento no segundo tempo e foi derrotada em casa pela primeira vez nesta temporada. Pior que isso: o maior problema do time no momento apareceu mais uma vez.
Por ais uma semana, a defesa dos Chiefs não conseguiu parar os adversários. Como vem acontecendo, o pass rush foi o setor de maior destaque, porém os dois últimos níveis da defesa pecaram. Os Chargers totalizaram 119 jardas corridas (5 jardas por tentativa) sem os dois principais running backs do elenco. E os defensive backs, mesmo na volta de Eric Berry (o qual, quando esteve em campo, mostrou por que é um dos melhores), foram “engolidos” pelos recebedores de L. A. Em basicamente todos os lances, Los Angeles tinha no mínimo dois recebedores com boa separação.
Combine tudo isso ao fato do sistema ofensivo de Patrick Mahomes ter combinado para 294 jardas totais, a pior marca dos Chiefs em 2018. O ataque foi bem limitado pelos Chargers. No segundo tempo, por exemplo, KC marcou apenas um TD, sendo esse em campanha marcada pelas penalidades de L. A.
Lembre-se: nos playoffs, os adversários estudarão Mahomes detalhadamente e haverá dias em que ele não conseguirá produzir 400 jardas por jogo, como foi na semana 15. Nesse caso, a defesa precisa aparecer, o que não está acontecendo em Kansas City. Hoje, os Chiefs não são um time de Super Bowl. Não com essa defesa.
Mike Williams
Sem Melvin Gordon pela terceira semana seguida, e com Keenan Allen fora por muitos minutos, os Chargers viram Mike Williams surgir como “o melhor amigo” de Philip Rivers. Ao todo, Williams marcou três touchdowns, um deles corrido. Aliás, o TD e a conversão de dois pontos que virou a partida foram recebidos por ele também.
Com ótima estatura física, mãos confiáveis e velocidade acima da média, Mike Williams, enfim, vem correspondendo à expectativa após ter sido recrutado na primeira rodada do Draft 2017. Era exatamente isso que os Chargers queriam dele, um alvo rápido para big plays com enorme alcance na red zone. Verdade seja dita, ele deveria até ser mais acionado no plano de jogo normalmente. Vimos que potencial para isso ele tem de sobra. Williams tem tudo para ser um dos bons recebedores da NFL nos próximos anos, em especial nas proximidades de endzone.
Não deixe a empolgação apagar falhas defensivas dos Chargers
Enfrentar o ataque dos Chiefs é uma das tarefas mais difíceis da NFL na atualidade. Nesse sentido, de um modo geral, o Los Angeles Chargers merece crédito, visto que limitou Kansas City a 294 jardas totais e 22 first downs. Contudo, houve falhas inaceitáveis no sistema defensivo dos Chargers, as quais não podem acontecer com times que almejam vencer em janeiro.
Dependendo da ocasião, o pass rush não pode ser tão discreto quanto foi o de L. A. no primeiro tempo. Méritos para os ajustes no intervalo, que culminaram em uma melhora na segunda metade do jogo. Mas em geral, Mahomes deveria ter sido mais pressionado, ainda mais por estarmos falando de um front seven com Joey Bosa e Melvin Ingram.
Individualmente falando, Bosa teve um dia muito abaixo da média. Nenhum sack, uma ou outra pressão, e duas faltas que deveriam ter mudado os rumos do confronto se não fosse pela vulnerável defesa dos Chiefs. Penalidades, não apenas as cometidas pelo camisa #99, ainda mais aquelas em campanhas e situações decisivas, como foi o caso, não podem acontecer nos playoffs.
Dentro do possível, o respaldo defensivo dos Chargers no TNF foi positivo. Todavia, houve falhas. Falhas infantis, “melhor” dizendo. As quais não podem ser ignoradas pela empolgante virada do time.
Anthony Lynn merece créditos
O desempenho do Los Angeles Chargers diante dos Chiefs na semana 15 foi um daqueles que deixa evidente o trabalho do treinador. Primeiramente, houve uma evolução do time na volta do vestiário para o terceiro período. Isso se chama fazer ajustes. Por exemplo, o pass rush dos Chargers foi ineficiente no primeiro tempo. Já no segundo, mesmo que ainda distante do ideal, melhorou.
Além disso, as próprias decisões de Philip Rivers, o qual havia lançado duas interceptações no primeiro tempo, mudaram na segunda metade. Bem como o envolvimento dos running backs no plano de jogo.
Por fim, a decisão tomada por Lynn de alinhar Los Angeles para a conversão de dois pontos ao invés de empatar com um extra point nem sempre é vista. Mas como questionar? Ele sabia que o momento dos Chargers era ótimo e que o ataque dos Chiefs poderia castigá-lo, caso tivesse novas oportunidades. Por isso, Anthony Lynn não hesitou em momento algum em manter seu ataque em campo para buscar os dois pontos. E acertou.
Certamente que existem aspectos que L. A. precisa evoluir, como as penalidades infantis em certas situações, por exemplo. Todavia, em geral, Anthony Lynn teve um dos melhores dias de sua carreira. Ele foi crucial no triunfo e merece créditos por isso.
A corrida pelo MVP segue acirrada…
Quando mais pensamos que o MVP da NFL em 2018 estava decidido, um novo capítulo surge para embolar a história. As semanas 13 e 14 foram melhores para Patrick Mahomes e, pelos números do QB, imaginava-se que “estava resolvido”. Contudo, a rodada nº 15 abriu espaço para que a competição de Mahomes ganhasse corpo nesta corrida.
Tenha em mente que Drew Brees, o qual vem de duas atuações fora do “padrão Brees em 2018”, pode facilmente voltar aos seus melhores dias. Ele tem um clássico frente aos Panthers, no horário nobre, pela frente. Além disso, Philip Rivers entrou de vez nas discussões. Afinal, ele agora tem campanha similar a de Mahomes, com estatísticas não tão impressionantes quanto, porém tão seguras quanto ao camisa #15. Ah, e o que Russell Wilson vem fazendo em Seattle não pode ser desprezado, pelo menos não como menção honrosa.
…E a AFC Oeste também
Com o triunfo, o Los Angeles Chargers agora tem campanha 11-3, a mesma do Kansas City Chiefs. No confronto direto entre os times, está 1-1. Assim, Kansas leva vantagem pelo retrospecto na AFC Oeste (4-1 contra 3-2). De qualquer forma, com duas rodadas restantes, essa disputa entre Chargers e Chiefs promete ser interessante.
Andy Reid e companhia têm pela frente ainda Seahawks e Raiders. Anthony Lynn e sua tripulação medem forças frente a Ravens e Broncos até a semana 17. Está em aberto o título da AFC Oeste, mais do que em qualquer outro momento desta temporada. E detalhe: terminar no topo dessa divisão, pode significar uma folga e mando de campo nos playoffs. Em contrapartida, quem terminar em segundo será o #5 na AFC, ou seja, terá que fazer provavelmente três partidas fora de casa se quiser chegar ao Super Bowl.