Minnesota Vikings (6-2), Detroit Lions (4-4), Green Bay Packers (4-4) e Chicago Bears (3-5). Assim está a classificação da NFC Norte neste momento. Diga-se de passagem, alguns fatos surpreendentes (e importantes para o restante do campeonato) aconteceram nos últimos meses. Por exemplo, os Vikings tiveram Case Keenum como titular em vários jogos, e agora não contarão mais com Sam Bradford mas terão Teddy Bridgewater tentando dar a volta por cima. Além disso, os Packers, como todos já sabem, não têm Aaron Rodgers por conta de uma lesão. E os Bears, por sua vez, têm sido um dos times mais subestimados da liga e recentemente efetivaram o novato Mitchell Trubisky como titular.
Em outras palavras, percebe-se que todas as equipes da NFC Norte, com exceção do Detroit Lions, têm alguma incerteza na posição mais importante do futebol americano. Keenum é um segundo reserva (se Bridgewater for titular, tenha em mente que ele não faz um passe oficial desde 2015); Brett Hundley tem nos mostrado como o elenco dos Packers é abaixo da média; e Trubisky, como calouro, tem várias limitações.
Agora junte tudo isso ao fato de Matthew Stafford, o único QB realmente titular efetivo desta divisão, ser o jogador mais bem pago da história da NFL. Ainda, tenha em mente que o camisa #9 foi a primeira escolha geral do Draft de 2009 e, apesar de alguns anos muito bons em temporada regular, ele tem campanha 0-3 nos playoffs.
E não foi para isso que Detroit recrutou Stafford. Até então, esperávamos que o quarterback fosse fazer sua equipe ser realmente competitiva, capaz de dividir o topo da NFC Norte com o Green Bay Packers em alguns anos, vencer alguns confrontos de pós-temporada e, quem sabe, até almejar o título da Conferência Nacional. É isso que se espera de um QB que tem um dos três braços mais potentes da NFL, uma primeira escolha geral e seis temporadas com pelo menos 4.000 jardas aéreas (sendo uma delas de 5.000) na carreira e alguns companheiros de altíssimo nível ao seu redor (como Calvin Johnson, por exemplo).
O problema é que os Lions não vencem um jogo de mata-mata desde 1991, e não terminam em 1º em sua divisão desde 1993, quando essa ainda era NFC Central. Em outras palavras, podemos dizer que o Detroit Lions nunca conquistou a NFC Norte de fato.
Este debate acontece porque penso que Stafford é um QB de elite. Estou certo disso?
Desde 2009, como adiantado, dou uma atenção especial para Matthew Stafford. Ele foi selecionado em uma 1ª rodada, já teve uma das melhores temporadas de todos os tempos em 2011 (5.038 jardas e 41 touchdowns) e é um de apenas oito QBs que têm ao menos seis temporadas seguidas de 4.000 jardas aéreas na carreira. Seus retrospecto profissional de 55-62, mesmo estando longe de impressionar, pode ser enganoso levando em conta que ele enfrentou os Packers de Aaron Rodgers praticamente duas vezes por temporada nos últimos sete anos.
Tudo isso, de uma maneira geral, fez com que o Detroit Lions desse ao seu quarterback um contrato com valor total de US$ 135 milhões, tornando-o o mais bem pago da atualidade. O montante do contrato de Stafford não é o foco principal nesta situação, já que o atual mercado da NFL vem movimentando cada vez mais dinheiro. A questão aqui é que Matthew Stafford é o quarterback da franquia para Detroit e, em temporada regular, tem números de um jogador de alto nível.
Todavia, alcançar conquistas coletivas, mesmo que seja “apenas” um título de divisão, não é algo que Matthew Stafford tem conseguido fazer em sua jornada na liga. Isso, consequentemente, acaba atrapalhando seu rendimento nos playoffs: ele ainda não sabe o que é disputar um jogo de pós-temporada no Ford Field. E quero acreditar que tudo isso combinado é o que tenha impedido ele de vencer pela primeira vez em mata-mata até agora.
Eu também sei que os Lions não vêm tendo um jogo corrido e uma linha ofensiva de elite nos últimos anos (e praticamente em nenhuma temporada da carreira de Stafford no profissional). Mas em algum momento, para os quarterbacks de elite, isso tem que acabar. Esses “tipos” de QBs precisam ter a capacidade de superar obstáculos ao longo de sua carreira e colocar seu time em posição de vencer os jogos. Os grandes quarterbacks, essencialmente, têm a capacidade de fazerem tanto seus corredores quanto seus bloqueadores parecerem melhores. Lembre-se o que Joe Flacco fez com os Ravens naqueles playoffs de 2013, e tenho certeza que, em termos de talento, Stafford está acima de Flacco.
O restante do calendário dos Lions mostra que o time tem que, ao menos, ir aos playoffs
Matthew Stafford sabe que o Detroit Lions tem que vencer a NFC Norte nesta temporada. Já são pelo menos dois anos para Stafford atuando como um exímio líder para a franquia e, como citado, as outras equipes desta divisão têm sua situação de QB em xeque.
Além disso, é preciso ressaltar que os Lions têm um dos calendários mais fracos em termos de adversários até a semana 17. Tenha em mente que os oponentes de Detroit até o fim do campeonato são: Browns, Bears (2x), Vikings, Ravens, Buccaneers, Bengals e Packers. Combinados, esses times têm campanha 25-40 neste momento, sendo que apenas um deles tem mais vitórias do que derrotas. Ainda, pelo menos em tese, Stafford é melhor que todos os quarterbacks que devem ser titulares nesses confrontos. Tudo isso, de acordo com o site FiveThirtyEight, coloca os Lions com 43% de chances de irem aos playoffs nesta temporada, e 21% de probabilidade de vencer sua divisão.
Diante dos Packers no último Monday Night Football, além de assegurar o segundo triunfo dentro da divisão para os Lions, Stafford totalizou pela primeira vez na temporada pelo menos 70% de aproveitamento nos passes, 300 jardas e 2 touchdowns. Esta também veio a ser a segunda vez da carreira do camisa #9 que ele lançou 300/+ jardas por três partidas seguidas.
O cenário rumo aos playoffs está favorável ao Detroit Lions dentro da NFC Norte, assim como o momento do time que, tendo como base o último confronto (e os próximos adversários), parece estar voltando aos seus melhores dias. Resta saber se os Lions de Matthew Stafford conseguirão aproveitar tudo isso.
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