Nesta semana, os proprietários das franquias da NFL se reuniram em Atlanta e, como objetivado anualmente, debateram sobre assuntos em pauta no futebol americano profissional. Naturalmente, o comportamento dos jogadores antes da execução do Hino Nacional dos Estados Unidos foi debatido, uma vez que era evidente que a forma como as coisas estavam acontecendo nesse sentido incomodava. Ademais, regras para os kickoffs também foram alteradas, visando maior segurança para os atletas.
Além das questões principais de normas e regras, vale destacar a definição de alguns destinos para grandes eventos da NFL. Os Super Bowls das temporadas de 2022 e 2023 já têm local definido, assim como o Draft 2019, que estará em uma nova cidade pelo segundo ano consecutivo. Mas quem dera se este texto fosse só para falar de coisas boas e ligadas ao futebol americano. Com os OTAs começando, os jogadores iniciam as atividades e, infelizmente, estão sujeito à lesões. Isso acabou acontecendo para Hunter Henry, tight end do Los Angeles Chagers e, consequentemente, ele está fora da temporada 2018. Que pena!
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Esteja atento aos kickoffs e Hino Nacional dos EUA em 2018
Os protestos feitos pelos jogadores nas laterais do campo durante o Hino Nacional dos EUA incomodaram a NFL como um todo e uma parcela considerável das franquias que fazem parte da liga. Ao mesmo tempo, com a bola voando, era preocupante a questão física dos jogadores, e tudo que fosse adequado fazer para que a segurança deles aumentasse dentro de campo, seria feito. E foi, em ambos os casos.
Os kickoffs serão ainda menos dinâmicos
A partir de agora, ao invés de quatro, o limite mínimo de jogadores em cada lado da bola nos kickoffs é cinco, fato que será interessante principalmente nos casos de onside kick. Ainda para o time que chutará a bola, esse não poderá mais colocar jogadores cinco jardas atrás de linha da bola e possibilitá-los estar em corrida antes do chute ser feito. Em 2018, todos os jogadores não podem estar mais de uma jarda atrás nesse caso. Os chamados wedge blocks também não valem mais (apenas jogadores posicionados lado a lado inicialmente podem fazer o bloqueio duplo). Por fim, saiba que a começar deste ano, se a bola tocar o chão na end zone já será marcado o touchback.
Sincronizou todas as informações? Então agora vamos às pequenas conclusões. A NFL evidentemente quer evitar a quantidade de retornos e, para a liga, ainda não é cogitável retirar o kickoff dos jogos. Para isso, além de reduzir o número final de kickoffs nas partidas, espere vê-los menos dinâmicos. Ao reduzir a distância para a linha de chute e retirar o wedge block, por exemplo, a liga tentará diminuir a velocidade, intensidade e consequentemente os riscos dessas jogadas.
O que penso disso: particularmente, aprovei as mudanças tendo em vista todas as alterações que a NFL já fez nos kickoffs nas últimas temporadas. Eu apreciava bastante os kickoffs como eram há algumas décadas, considero-os de grande importância para os times; já que começou a mudar, que isso seja feito das maneiras mais adequadas de agora em diante.
Espere ver menos jogadores nas laterais do campo antes das partidas
Para a National Football League, é impossível assegurar que não haverão mais protestos de jogadores ajoelhando antes do Hino Nacional dos EUA nas partidas. Entretanto, a NFL espera que isso diminua consideravelmente – e quem sabe até termine de vez – em 2018. Para isso, Roger Goodell, para com todo o apoio dos donos das franquias, aprovaram a norma que permite aos jogadores ficarem nos vestiários durante a execução do hino (até então, isso não era permitido), uma vez que protestos nas laterais do gramado nessas ocasiões (ajoelhando-se, com bandeiras, ou qualquer coisa que seja considerada desrespeitosa), acarretará em multa ao jogador. Além disso, cada franquia terá a liberdade de instituir suas próprias regras quanto aos protestos, ficando em liberdade de estipular o que consideram ou não desrespeitoso nessa conjuntura. Portanto, dependendo do caso, além de uma multa da liga, o atleta pode ser multado pelo próprio time.
Quando Colin Kaepernick começou a protestar dessa maneira em 2016, ele não conseguiu alcançar exatamente seu objetivo; foi muito além disso. Kaepernick, não só chamou a atenção pelos seus atos, como também reuniu uma “legião” de jogadores com ideais similares aos seus – e ele não está errado por nada disso. Assim como os proprietários das franquias não estão errados em não querer assinar com um atleta contrário às suas ideias – lembre-se que os times da NFL são propriedades privadas. O que está errado é alguém cogitar o fato de Colin Kaepernick estar desempregado neste momento “porque ele não é um bom/competitivo/merecedor quarterback”.
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O que penso disso: Num primeiro momento, vejo a decisão tomada pela NFL como a melhor para a liga de uma maneira geral, tendo a instituição como referência, é claro. A National Football League e as franquias visam o lucro (e precisam estar em sincronia), afinal é isso que coloca a liga em posição de ser o que ela é hoje. Em outras palavras, a NFL, no fim das contas, precisa muito do apoio dos donos. A liga, então, preocupou-se com sua imagem tanto perante ao público em geral (que envolve as transmissões de TV) quanto aos homens que assinam os cheques.
De fato, os jogadores não gostaram nada disso, uma vez que seus protestos agora têm “limite” e, em tese, o impacto desses atos será menor de acordo com as mudanças. Contudo, eles ainda assim terão a liberdade de protestar e certamente serão notados por isso, já que esse assunto promete estar em pauta nas próximas temporadas. Não considero essa a decisão mais correta do mundo e talvez nem a mais justa; mas já deveríamos esperar por algo assim.
O Super Bowl estará de volta a Arizona e New Orleans
Se você está planejando assistir a um Super Bowl in loco, não terá dificuldade alguma em saber quando e onde a grande decisão do futebol americano acontecerá nos próximos anos. A NFL já havia definido o palco dos Super Bowls das próximas quatro temporadas e acabou de acrescentar mais duas localidades à essa lista. Assim sendo, os próximos seis Grandes Jogos já têm data e horário marcado.
As duas novas cidades anunciadas foram Glendale (Arizona) e New Orleans, contudo, vale lembrar que no que diz respeito a Super Bowls, essas duas localidades não são novidade alguma. O Superdome, casa do New Orleans Saints, já recebeu a final do futebol americano sete vezes, a maior marca da liga. O University of Phoenix Stadium, do Arizona Cardinals, não totaliza tudo isso, porém vale ressaltar que o estádio foi aberto em 2006; desde então, já foi a sede do evento duas vezes.
Com as novas definições das cidades, assim ficaram os próximos Super Bowls:
– 2018: Atlanta, Mercedes-Benz Stadium (3 de fevereiro de 2019)
– 2019: Miami, Hard Rock Stadium (2 de fevereiro de 2020)
– 2020: Tampa, Raymond James Stadium (7 de fevereiro de 2021)
– 2021: Inglewood (Los Angeles), Los Angeles Stadium at Holywood Park (6 de fevereiro de 2022)
– 2022: Glendale, University of Phoenix Stadium (5 de fevereiro de 2023)
– 2023: New Orleans, Mercedes-Benz Superdome (4 de fevereiro de 2024)
Pelo terceiro ano consecutivo, o Draft estará em uma cidade nova
O costume recente da NFL de realizar o Draft em novas localidades continua e, após a reunião desta quarta-feira (23), ficou decidido que o recrutamento estará “na estrada” pelo terceiro ano seguido. Isso porque, depois de Philadelphia em 2017 e Arlington em 2018, chegou a vez de Nashville, Tennessee, para o ano de 2019; será a primeira vez que a cidade receberá o evento. Além disso, pelas localidades finalistas neste ano, espere ver o Draft acontecendo em Denver, Las Vegas ou Canton em breve.
O que penso disso: como não gostar da ideia de ver o Draft acontecendo em uma cidade diferente ano após ano? Estamos falando de 2018, época em que o recrutamento da NFL ganhou ênfase, repercussão e status de um exímio espetáculo. Para o público, em alguns casos para os jogadores e principalmente para os torcedores é interessante que haja essa variação.
Hunter Henry está fora da temporada – tinha esquecido deste lado ruim da NFL
No começo desta semana, os fãs de futebol americano foram surpreendidos com a notícia que Hunter Henry, um dos tight ends mais promissores da NFL nos últimos anos, rompeu os ligamentos cruzados do joelho e, portanto, está fora desta temporada. Num primeiro momento, os diagnósticos apontaram que Henry ainda pode jogar (sem estar totalmente recuperado, no entanto) pelos Chargers caso o time chegue aos playoffs.
Esta é uma perda enorme para o Los Angeles Chargers, uma vez que 2018 era apontado para ser o melhor ano da carreira de Hunter e as expectativas são altas para o elenco da franquia. Para conseguir corresponder à elas, então, Los Angeles sabe que terá esse desfalque, fato que, por mais decepcionante que seja, não é novidade para a equipe, visto que essa vem sofrendo com lesões importantes em seu sistema ofensivo nas últimas temporadas.
O que penso disso: as lesões seguem sendo a pior parte do futebol americano, e confesso que até tinha “esquecido” delas nesse período sem jogos da NFL e college football. Entretanto, não há nada a ser feito, o que nos resta é apenas torcer para que as contusões não aconteçam em grande quantidade como no ano passado, quando tivemos 71 Pro Bowlers fora de ação durante um período.
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