Demorou um pouco, mas as melhores equipes de cada conferência da NFL estrearam nos playoffs! Depois de uma semana paradas para a Rodada de Wild Card, as franquias que estavam de folga entraram em campo, precisando de apenas uma vitória para se garantirem nas finais de conferência. Sim, o Divisional Round, enfim, começou.
De começo, vimos mais uma vez um New England Patriots avassalador e “sem graça” e um Philadelphia Eagles sólido em importantes quesitos de uma partida de futebol americano. Por outro lado, Titans e Falcons viram suas instáveis campanhas em 2017 terminando de vez.
Mais tarde, tivemos um dos domingos mais marcantes da história dos playoffs do futebol americano profissional. No segundo dia do Divisional Round, Jacksvonville Jaguars e Minnesota Vikings conseguiram suas classificações para as finais de conferência de uma maneira que nem mesmo o mais sensacionalista torcedor das franquias poderia imaginar.
Veja as conclusões de cada duelo das semifinais de conferência da NFL!
#1 Philadelphia Eagles 15 x 10 #6 Atlanta Falcons
– De uma maneira geral, o Philadephia Eagles fez uma partida muito sólida; a necessária para conseguir um triunfo nos playoffs da NFL sem o quarterback titular em cena. Tudo bem que Philly sofreu dois turnovers contra os Falcons, porém esses aconteceram no começo da partida em um período de “apagão” do atual campeão da NFC Leste, digamos assim. No mais, Philadelphia teve aproveitamento perfeito nos três field goals que tentou, deixou Atlanta duas vezes (em três punts) dentro da linha de 20 jardas e – aqui é o fator mais importante – permitiu menos de 300 jardas totais a um dos ataques mais explosivos da NFL. No fim das contas, ficou certo que o Philadelphia Eagles tem competitividade suficiente para derrotar qualquer adversário da NFL nos playoffs, em qual estádio da liga. Contudo, a franquia nem precisará mais em se preocupar a jogar como visitante. Ela precisa de apenas mais uma vitória casa para retornar ao Super Bowl pela primeira vez desde 2004;
– Lembra do que falei de Nick Foles há algumas semanas? Foi exatamente o que aconteceu no Lincoln Financial Field neste sábado (13). A defesa dos Eagles foi tão sólida no confronto que bastou Foles fazer “o básico” para conseguir a primeira vitória nos playoffs da carreira. Ele terminou o duelo com 22/30 e 246 jardas;
– Para o Atlanta Falcons, faltou mais de dois dos três jogadores mais importantes do ataque da franquia. Enquanto Julio Jones apareceu bem no confronto, Matt Ryan e Devonta Freeman deixaram a desejar. Ryan não pode ser apenas OK em um jogo de playoffs como foi diante dos Eagles – ele saiu de campo com somente 210 jardas e 1 TD. Freeman, por sua vez, obteve sete jardas (SETE!) em dez tentativas. Na NFL, jogando fora de casa numa pós-temporada, normalmente não se vence um jogo marcando dez pontos e com menos de 20 first downs.
#1 New England Patriots 35 x 14 #5 Tennessee Titans
– O New England Patriots segue controlando a Conferência Americana. É impressionante como os Patriots, ano após ano na era Brady-Belichick, dominam seus adversários. De fato, não foi um ano repleto de atuações perfeitas para os atuais campeões. Contudo, a verdade é que o time ainda não teve reais desafios nos momentos mais importante da temporada. Os Pats marcaram 35 pontos sem respostas nos Titans em uma Rodada Divisional de playoffs. Marcus Mariota sofreu oito (!) sacks. Houve um momento da partida que New England tinha 30 first downs, enquanto Tennessee totalizava 39 jogadas na noite. É surreal isso! Os Patriots agora estão em sua sétima final da AFC consecutiva – e a 12ª em 16 temporadas de Tom Brady e Bill Belichick lado a lado. Se vencer novamente, New England garantirá o oitavo Super Bowl nesse período;
– O que Tom Brady ainda faz nos gramados de futebol americano é incrível. Aos 40 anos de idade, o camisa #12 teve possivelmente sua melhor atuação da temporada – e saiba que ele entrou nos playoffs vindo de atuações ruins. Brady terminou a noite com 33/53 nos passes, 337 jardas e 3 TDs, tendo garantido a 26ª vitória em pós-temporada da carreira. Aliás, ele se tornou o quarterback mais velho a vencer no mata-mata, ultrapassando Brett Favre;
– Neste sábado (13), o New England Patriots viu dois jogadores “inesperados” jogando muito bem – e é isso que o time precisa se quiser conquistar mais um Super Bowl. Contra os Titans, James White teve seu melhor jogo desde o Super Bowl LI, marcando dois touchdowns. Além dele, Danny Amendola apareceu muito bem, tendo recebido 11 passes para 112 jardas, conquistando ainda seis first downs no duelo;
– O futuro do Tennessee Titans ainda é incerto. O time está eliminado da temporada 2017 agora e, mesmo tendo chegado até este Divisional Round, não encantou. Tanto que Mike Murlakey não tem o cargo garantido para 2018. Tennessee, enfim, retornou aos playoffs, mas a verdade é que mais uma vez não jogou bem. Segue sendo uma das minhas grandes decepções da temporada.
#2 Pittsburgh Steelers 42 x 45 #3 Jacksonville Jaguars
– Por mais uma partida, pudemos ver porquê este time do Jacksonville Jaguars é tão perigoso. Quando se tem em mãos uma defesa capaz de fazer grandes jogadas a qualquer momento, basta que algum fator do sistema ofensivo funcione bem para que o time vença. Contra os Steelers, por mais que a defesa não tenha sido brilhante (Pittsburgh marcou 42 pontos e teve mais de 540 jardas totais), é preciso lembrar que Ben Roethlisberger foi muito pressionado (sofreu 2 sacks), e o sistema defensivo de Jacksonville, além de evitar duas conversões de 4ª descida no Heinz Field, anotou um TD em um retorno de fumble. Paralelamente a isso, é preciso destacar que o ataque terrestre dos Jaguars foi “ridículo”: o time correu 35 vezes com a bola, e totalizou 164 jardas e 4 touchdowns – uma média de 4,7 jardas por tentativa. Definitivamente, ficou claro que a equipe da Florida pode ser perigosa dos dois lados da bola;
– A bola do jogo deveria ir para Leonard Fournette! O novato repetiu mais uma excelente atuação contra os Steelers e desta vez obteve 109 jardas e 3 (!) TDs – ele terminou o ano como o jogador com mais touchdowns terrestres anotados no Heinz Field nesta temporada. Além disso, Fournette se tornou o atleta mais jovem a obter 100/+ jardas e 3/+ TDs em um jogo de pós-temporada (era Super Bowl), com 22 anos e 361 dias;
– Confesso que não esperava que teria que dizer isso, mas a verdade é que o Pittsburgh Steelers, por mais um ano, não estava realmente preparado para triunfar de fato durante os playoffs. Por mais que o ataque do time seja um dos mais talentosos dos últimos anos e a defesa tenha sido uma das mais eficientes da temporada, é o segundo ano consecutivo que o sistema defensivo de Pittsburgh “apaga” em um confronto de pós-temporada – esse mesmo setor não foi páreo para Tom Brady e companhia na final da AFC do ano passado; e não seriam novamente neste ano. Permitir 45 pontos para o ataque dos Jaguars, por mais que esse tivesse em um dia inspirado, é algo bastante anormal. E ah, só para não passar batido, Blake Bortles não sofreu nenhum (!) sack;
– Em outras palavras, pelo menos até o próximo dia 4, ataques seguem vencendo jogos e defesas ganhando campeonatos. Justamente por isso os Steelers estão eliminados. Foi uma boa campanha do time, porém incompleta e no fim das contas decepcionante.
#2 Minnesota Vikings 29 x 24 #4 New Orleans Saints
– Antes de qualquer conclusão desta partida, é preciso dizer que ela foi a melhor da NFL neste ano até agora e que será lembrada por anos quando o assunto for playoffs do futebol americano. Foi a primeira vez que tivemos um walk-off touchdown em um 4º período de um jogo de pós-temporada. São confrontos como esse que mostram a essência do futebol americano;
– Nenhum confronto deste Divisional Round for a tão equilibrado quanto este. Quando olhamos para os confrontos individuais, estatísticas básicas, momentos no duelo, Minnesota Vikings e New Orleans Saints foram bastante perecidos. Ambas as franquias tiveram ótimos momentos na partida – e o fato de Minnesota ter tido isso por mais tempo talvez tenha sido o grande fator diferencial no fim do dia. O placar final do jogo – e a forma como ele terminou – ilustram bem a paridade entre os dois adversários. De um modo geral, os Saints erraram mais, tanto no ataque quanto na defesa (as duas interceptações no primeiro tempo, por exemplo), e esses erros acabaram se tornando aqueles “mínimos detalhes cruciais” no fim das contas;
– Pela maioria da partida, não foi um ótimo dia para Case Keenum. Até a campanha derradeira, o camisa #7 estava abaixo das 300 jardas aéreas, sem lançar TD e totalizando uma interceptação. Todavia, os rumos da partida saíram do planejamento ideal dos Vikings, e a defesa não podia fazer mais nada para garantir um novo triunfo, era a vez de Keenum, somente ele. Nas duas oportunidades sob pressão que teve (a primeira para deixar seu time em posição de field goal, e a segunda para ganhar o jogo), o quarterback foi “cirúrgico”. Com boas decisões, jogadas inteligentes e passes precisos, Case Keenum fez tudo aquilo que um QB competitivo deve fazer.
O veterano cresceu nos grandes momentos, e acho difícil encontrar um motivo maior que esse para o triunfo de Minnesota. De uma maneira geral, a impressão que fica é que se Case Keenum conseguir ser realmente competitivo, este Minnesota Vikings é quase imbatível. Ele sabe disso. E sabe também que vai entrar em campo no próximo domingo a um triunfo (contra os Eagles) de fazer do Minnesota Vikings a primeira franquia a disputar o Super Bowl jogando em casa, no próprio estádio. Lembrando que os Vikings não disputam o Super Bowl desde 1976;
– Perder do jeito que New Orleans perdeu nunca é fácil. Afinal, se a equipe conseguisse fazer diferente por 2 segundos, ela provavelmente estaria se preocupando com Philadelphia agora, e não indo para casa. Apesar de tudo isso, os Saints terminam sua campanha em 2017 com respaldo positivo. É preciso lembrar que o time era visto como real candidato à 4ª colocação da NFC Sul neste ano e não chegava aos playoffs desde 2013. Tudo isso foi apagado. O New Orleans Saints voltou a figurar no topo da NFL e, mais que isso, viu em seu elenco jogadores talentosos que indicam que o futuro da franquia pode ser próspero. Nenhum time recrutou tão bem no Draft 2017 quanto os Saints.
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