Nenhum time, na história da NFL, teve uma seca de bons quarterbacks tão grande quanto à que o Cleveland Browns atravessa neste momento. O fato de 29 QBs diferentes terem sido titulares pela franquia desde 1999 fala por si só e não deixa dúvidas quanto à afirmação – aliás, nada mais precisa ser dito sobre o momento de Cleveland under center. Sobre esse assunto, todavia, um detalhe merece ser observado: o ano de 1999. Definitivamente, aquela temporada, há 19 anos, parece ter começado dois dos maiores jejuns de posições importantíssimas no futebol americano para duas equipes. Assim como os Browns não conseguem encontrar um QB, o Detroit Lions vem tendo pesadelos quanto a seus running backs por quase duas décadas.
Ao final da década de 1980 e começo de 1990, os Lions tiveram um dos principais ataques terrestre da NFL, esse protagonizado por Barry Sanders, um dos maiores de todos os tempos. Entretanto, a temporada de 1998 foi (surpreendentemente) a última de Sanders na liga – e Detroit tem sentido a falta do corredor: a equipe não sabe o que é ter seu jogo corrido ranqueado acima de 17º na liga (em jardas corridas) desde então. Agora, nas últimas três temporadas, os Lions tiveram o pior ataque terrestre da NFL duas vezes. Desde 1999, o time só teve 16/+ TDs corridos em um campeonato.
Mas espere um instante! Isso vai ficar muito grande. Ao invés de escrever parágrafos e mais parágrafos indicando o quão ruim tem sido o ataque corrido do Detroit Lions, é melhor (principalmente para quem está lendo) listar em tópicos fatos que comprovam isso.
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- Desde 1999, Detroit totalizou 27.647 jardas corridas, o que dá ao time uma média de 1.455 jardas por temporada, a segunda pior da NFL neste período (de algum modo, os Cardinals conseguiram ter dez jardas em média a menos que isso);
- O Houston Texans (franquia fundada em 2002) tem mais 1.758 jardas terrestres a mais que o Detroit Lions desde 1999;
- Neste período, além disso, os Lions têm em média, pouco mais de 374 tentativas de corrida por ano, a menor da NFL e a única abaixo de 380;
- Somente quatro times têm média inferior a quatro jardas por tentativa nas últimas 19 temporadas; os Lions certamente são um deles;
- Desde 2008, o Detroit Lions teve somente um running back correndo para mais de 1.000 jardas em uma temporada: Reggie Bush, em 2013, com 1.006;
- Somando os dois líderes de jardas terrestres do Detroit Lions de 2016 e 2017, eles totalizam 909 jardas;
- Na última década, dois dos RBs que lideraram os Lions em jardas corridas terminaram a temporada em questão com menos de 400 jardas (!) no quesito, ou seja, o time teve mais corredores com menos de 400 jardas do que acima das 1.000 nesse período;
- A última vez que um running back da equipe de Detroit correu para mais de 100 jardas em um jogo foi na rodada de Thanksgiving (semana 13) de 2013, o que totaliza 68 jogos de seca, portanto;
- Desde 1999, o Detroit Lions jamais teve quatro atuações de pelo menos 100 jardas corridas por parte de um running back em uma mesma temporada. Nesse período, foram 304 partidas de campeonato regular disputadas e somente 28 (!) vezes um corredor do time ultrapassou essa marca.
Para 2018…
Para 2018, o Detroit Lions mais uma vez não buscou um running back em uma altíssima escolha de Draft. O corredor recrutado pela franquia neste ano foi o talentoso Kerryon Johnson, de Auburn, como o 43º escolhido geral. Agora, desde 1989, os Lions escolheram três running backs em primeira rodada: Jahvid Best (30ª pick geral de 2010), Kevin Jones (30ª, 2004) e Barry Sanders (3ª, 1989). Em outras palavras, por mais um ano Detroit opta por não buscar um dos corredores mais badalados e na parte de cima do draft; como visto, a última vez que isso aconteceu foi com Sanders, há praticamente 30 anos.
Em contrapartida, homens de linha ofensiva foram opções de primeira rodada dos Lions em três dos últimos quatro Draft, sendo o Frank Ragnow (20ª escolha geral) o escolhido em 2018, fato que chega a ser interessante, visto que é impossível falar dos desempenhos ruins dos corredores do Detroit Lions sem relacionar aos instáveis bloqueadores que a franquia teve no período também. É como se fosse uma faca de dois gumes, a qual tem ambos os lados longe de estarem devidamente afiados. Veremos até quando isso permanecerá assim.
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