Com apenas quatro dias de descanso, o Seattle Seahawks foi até o University of Phoenix Stadium enfrentar o Arizona Cardinals, escrevendo mais um capítulo para essa que vem sendo uma das rivalidades mais interessantes da NFL nos últimos anos. Recentemente, ambas as franquias montaram defesas sólidas e estiveram entre as melhores da Conferência Nacional, principalmente no caso dos Hawks.
O duelo deste Thursday Night Football já tinha como destaque negativo algumas lesões, diga-se de passagem. Afinal, enquanto Seattle entrou em campo sem Earl Thomas, o melhor safety da liga, Arizona não contou com seu quarterback e running back titulares, já que Carson Palmer e David Johnson estão fora de atividade. Já falamos isso outras vezes: as lesões talvez sejam o único defeito do futebol americano.
Ainda assim, a partida que abriu esta semana 10 teve atrativos dentro de campo. Não foi um duelo de altíssimo nível mas, considerando que estamos tratando de duas das piores linha ofensivas da atualidade (as quais ainda foram prejudicadas por mais lesões ao longo da noite), podemos extrair coisas boas do TNF.
As duas defesas ditaram o ritmo do jogo, e o fato de nenhuma das duas equipes terem ultrapassado as 300 jardas totais e combinado para 9/28 em conversões de terceiras descidas ilustra isso. Além disso, vimos sete sacks, um safety e um fumble na partida.
Do lado dos Cardinals, quem mais se destacou individualmente foi – você já deveria saber disso – Larry Fitzgerald. É impressionante como aos 34 anos de idade, Fitzgerald continua atuando em alto nível. Diante de Seattle, ele obteve dez recepções para 113 jardas, colocando ele com 60 passes recebidos na temporada e 667 jardas. Ele não iria se aposentar? Ainda bem que isso não aconteceu.
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Ainda, pelo Arizona Cardinals, os calouros Budda Baker e Haason Reddick foram muito bem, assim como os já reconhecidos Chandler Jones e Tyrann Mathieu. Visivelmente, o que “matou” o jogo de Arizona foi o ataque. Com os desfalques, a equipe pouco conseguiu fazer pelo ar ou pelo chão: enquanto Drew Stanton pecou ao errar alvos desmarcados diversas vezes na noite (e também quando ele acertou vimos alguns drops), o jogo corrido dos Cardinals totalizou 34 jardas, sendo Adrian Peterson o principal corredor do elenco (29 jardas em 21 tentativas).
Essa pífia produção terrestre dos Cardinals se deu, majoritariamente, porque o Seattle Seahawks colocou isso como meta desde o começou do confronto. Tanto é que na maioria das jogadas ofensivas de Arizona, oito (ou até mesmo nove) homens de verde faziam parte do “front seven”. E são em atuações como essa que percebemos o quanto essa defesa é precisa em todos os seus níveis: Dion Jordan e Nazair Jones tiveram um sack cada um, K. J. Wright e Bobby Wagner combinaram para 21 tackles (três para perda de jardas) em uma performance digna de melhor dupla de linebackers da NFL, Kam Chancellor mostrou novamente porquê já foi quatro vezes ao Pro Bowl… Enfim, o sistema defensivo do Seattle Seahawks é muito completo.
E ele deixa o ataque da franquia em posição de não precisar ser brilhante. Seattle teve 75 jardas corridas em todo o confronto, e menos first downs (14-24), menos jardas totais (287-290) e menos third downs convertivos (3-6) que Arizona e ainda assim triunfou com certa facilidade.
Isso aconteceu também porque Russell Wilson (22/32, 238 jardas e 2 TDs na noite) continua sendo bastante efetivo lançando a bola. Diga-se de passagem, esta não foi, nem de perto, a melhor atuação da carreira de Wilson. Entretanto, o fato de ele não ter sofrido turnovers e conseguido estender uma grande jogada para Doug Baldwin mostra porquê ele é um dos MVPs da temporada até agora. O camisa #3 ainda segura demais a bola em certos lances, mas ele tinha que ter algum defeito, certo?
Como citado, a jogada da partida foi quando Wilson fez “mágica”, dançou com alguns defensores do Arizona Cardinals, estendeu o lance como pouquíssimos QBs conseguiriam na história da NFL e encontrou Baldwin. Bastou que o wide receiver corresse 54 jardas para deixar seu ataque na linha de duas jardas. Depois disso, Jimmy Graham (6 rec., 27 jardas e 2 TDs) foi quem apareceu na endzone para basicamente dar números finais ao TNF.
Esses Thursday Night Football…
Mais um Thursday Night Football se passou e novamente precisamos falar da necessidade de termos esses jogos às quintas-feiras a noite. Isso pois em mais um desses confrontos vimos uma série de graves lesões, as quais atrapalharam o confronto em si ou até mesmo o restante da temporada das equipes.
Por exemplo, Richard Sherman teve que deixar a partida em andamento com dores no pé e, mais tarde, foi confirmada uma grave lesão em seu calcanhar de Aquilles, que o forçará a perder o restante da temporada. Ainda, lembre-se que Duane Brown, recém-contrato e talvez o bloqueador mais talentoso do Seattle Seahawks, também deixou o jogo por contusão – seu status ainda é incerto para o próximo confronto. No lado do Arizona Cardinals, D. J. Humphries, Tyvon Branch e Ifeanyi Momah, podem (e devem) ser colocados na lista dos contundidos (IR) por lesões sofridas na noite desta quinta-feira (09).
No fim do dia, saiba que 15 jogadores sofreram algum tipo de lesão, sendo 12 desses de Seattle e 3 de Arizona. Desses 15 atletas, é esperado que pelo menos quatro vão para a Injured Reserve e não atuem mais em 2017.
Tudo isso coloca em xeque a real necessidade dos Thursday Night Football. Certamente que a ideia de termos futebol americano já na quinta-feira, sendo que no sábado tem college football e logo no domingo e segunda-feira a continuidade da rodada da NFL, é espetacular. Mas tudo deve ser pensado exatamente para não atrapalhar o espetáculo das partidas da liga – e as lesões estão fazendo isso. No caso de Seattle Seahawks e Arizona Cardinals, as franquias tiveram menos de quatro dias completos para se recuperarem/prepararem para se enfrentar. Ademais, tenha em mente que ambos os times tiveram que fazer pequenas viagens ainda: os Cardinals voltaram de San Francisco, e os Seahawks foram até o Arizona.
Foi bom ter assistido futebol americano ontem a noite? Muito, sempre é. Mas o que você acha da ideia de não ver mais Richard Sherman (o melhor cornerback dos últimos anos) e alguns outros nomes até agosto de 2018?
No fim das contas, o Seattle Seahawks venceu e continua sua caça aos Rams na NFC Oeste. Entretanto, o triunfo desta quinta-feira – como de costume nesses dias – saiu caro para a equipe. Na melhor (!) das hipóteses, os Seahawks ficarão só sem Sherman para o restante do campeonato. E nós, fãs de futebol americano, sem a Legion of Boom por quase um ano também. O Seattle Seahawks ganhou ou perdeu no TNF desta semana 10?
O que mais podemos concluir deste embate entre Seahawks e Cardinals? Deixe sua opinião nos comentários ou nas redes sociais!
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