Nos últimos anos, mais especificamente desde que o mercado da NFL ficou “inflacionado” e passou uma temporada acima da média por um quarterback para que esse garanta um contrato de cem milhões de dólares, é muito comum analisarmos o tamanho dos acordos feitos no futebol americano. Não é novidade para ninguém que a liga tem um mercado milionário, e os proprietários das franquias estão nele para jogar. Cada jogador, de uma maneira em geral, é um investimento, que precisa ser analisado através do tempo de durabilidade e, é claro, do valor que é pago por ele (principalmente o garantido).
Para os fãs brasileiros de futebol americano, essa questão de montante garantido, por mais que o nome fale por si só, não é muito comum. Mas sim, o valor garantido a um jogador será pago a ele independentemente de qualquer coisa, até se esse decida parar de atuar no futebol americano no dia seguinte a assinar o papel, digamos assim. Portanto, é muito importante.
Justamente por tudo isso, quando vemos um contrato muito alto, é preciso analisar seus prós e contras, a fim de afirmar se foi ou não um bom negócio para as partes envolvidas. É pensando nisso que continuo sem entender como o Houston Texans assinou por quatro anos valendo US$ 72 milhões com Brock Osweiler há quase dois anos. E que tal o último contrato assinado por Jay Cutler com o Chicago Bears, que extrapolou (bastante) a casa da centena de milhão.
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Contudo, ao mesmo tempo que fazer acordos como esses de Osweiler e Cutler acaba com um planejamento da franquia, quando o inverso acontece, pode-se dizer que é tudo que um time de futebol americano espera. Ter um jogador atuando em alto nível, sendo pago quase que minimamente por isso, além de ser um custo-benefício que dispensa comentários, aumenta consideravelmente o valor de mercado deste atleta, já pensando em uma eventual troca.
Com isso em mente, decidi mudar um pouco a narrativa do que mais se vê por aí na intertemporada da NFL. Ao invés de falar de jogadores que se tornaram grandes milionários recentemente, é hora de falar daqueles que não recebem o que deveriam. Em outras palavras, separei dez nomes que recebem pouco e jogam muito, é isso.
Tenha em mente que muitos desses casos, o baixo salário se dá pelo fato do jogador ainda estar em seu primeiro contrato da carreira, o qual naturalmente foi mais baixo logo após o Draft. Nesses casos, por mais que atualmente o valor recebido pelo atleta seja baixo, considere que logo mais seus nomes não estarão mais nesta lista. Ou pelo menos não deveriam estar.
*Os valores mostrados abaixo apresentam a base salarial de cada jogador.
Derek Carr, QB, Oakland Raiders
Acredito que por mais da metade da temporada passada considerei Derek Carr o principal candidato ao prêmio de Jogador Mais Valioso. A forma como o camisa #4 liderou os Raiders, o qual não sabiam o que era realmente vencer há anos, foi incrível e vale dizer que pouquíssimos quarterbacks jogaram como ele. Sabe quanto ele recebeu em 2016? Pouco mais de 736 mil dólares. Em 2017, que este valor será maior, chegará aos US$ 977.519.
Acredite ou não, mas Carr é apenas o 47º quarterback mais bem pago da NFL!
David Johnson, RB, Arizona Cardinals
O caso de David Johnson talvez seja ainda mais impressionante. Johnson, como você já deve saber, foi possivelmente o running back mais impactante da NFL na temporada passada (por receber e correr muito bem) e esteve no Top 5 das ligas de Fantasy. Todavia, enquanto é de se imaginar que seu salário esteja entre os maiores da posição, ele é apenas o 61º dos RBs, recebendo algo em torno de US$ 700 mil dólares nesta temporada.
Aaron Donald, DT, Los Angeles Rams
Por favor, diga-me quantos defensive tackles atualmente são melhores no futebol americano que Aaron Donald? Um ou outro, certo? E olhe lá. Entretanto, olhando para o valor que Donald recebe anualmente, não é possível perceber isso. Seu US$ 1,8 milhão em 2017 está fora do Top 30 de defensive tackles que mais recebem da NFL.
Odell Beckham Jr., WR, New York Giants
A imaturidade de Odell Beckham Jr. já deu algumas dores de cabeça ao New York Giants, contudo, é inegável o que o camisa #13 tem feito dentro de campo. Em três temporadas, foram pelo menos 91 recepções, 1.300 jardas e 10 TDs em cada uma delas. Você gostando ou não, o futuro da posição de wide receiver tem Beckham como um de seus protagonistas. Tudo isso, até agora, recebendo menos de US$ 2 milhões por temporada.
Mike Evans, WR, Tampa Bay Buccaneers
Ser o 38º wide receiver da NFL em termos de salário com certeza não reflete o que Mike Evans tem feito dentro de campo pelos Bucs. Nos últimos três anos, Evans foi o recebedor mais acionado da liga, tendo provado dentro de campo ser um dos mais confiáveis, ao mesmo tempo. Ele merece ter um salário base acima de US$ 690 mil.
Zack Martin, G, Dallas Cowboys
A linha do Dallas Cowboys é conhecida por ser a melhor da NFL, e isso já acontece há alguns anos de fato. Zack Martin é uma das bases dessa linha de bloqueadores e o que Jerry Jones gasta anualmente com ele com certeza não reflete sua produção dentro de campo. Martin é um dos melhores guards da liga, e recebe apenas US$ 1,6 milhão por ano.
Landon Collins, FS, New York Giants
Em três temporadas disputadas na NFL, se somarmos todo o salário base de Collins, ele quase não totaliza dois milhões de dólares. Em 2017, portanto, apesar de ser o maior salário anual desde que chegou ao profissional, o safety dos Giants receberá US$ 991 mil dólares. Um valor que podemos considerar abaixo do merecido para alguém que esteve na conversa dos melhores defensores da temporada passada.
Rob Ninkovich, DE, New England Patriots
Desde 2010, Ninkovich totalizou 45 sacks pelo New England Patriots. Entretanto, apesar boa marca de sacks, quem acompanha os Patriots regularmente sabe que a importância do defensor vai muito além das estatísticas – e abaixo do preço que é pago pelos seus serviços. O camisa #50 é apenas o 46º defensive end mais bem pago da NFL.
Menções Honrosas: DeAndre Hopkins (Texans), Teddy Bridgewater (Vikings), Todd Gurley (Rams), Tyler Eifert (Bengals), Malcolm Butler (Patriots) e C. J. Mosley (Ravens).
Qual o melhor (baixo) custo/benefício da NFL? Mande sua opinião para nós nos comentários ou pelas redes sociais!
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