Os fãs da NFL foram “surpreendidos” no começo desta semana com a notícia que oficializou a volta de Jay Cutler para a NFL. É isso mesmo: o veterano quarterback, que havia anunciado sua aposentadoria após a temporada 2016, desistiu de sua decisão e continuará na função, desta vez no Miami Dolphins.
A decisão dos Dolphins em persuadir Cutler surgiu após a lesão de Ryan Tannehill, que sentiu o joelho no começo desse Training Camp. Apesar da contusão de Tannehill aparentemente não requerer cirurgia (e nem a perda da temporada inteira), é esperado que o camisa #17 perca alguns bons jogos, fato que pode ser crucial para determinar se a equipe estará na pós-temporada pelo segundo ano consecutivo. Desta maneira, visando manter o time competitivo, os Dolphins assinaram com Jay Cutler. Ainda não ficou oficializado que o camisa #6 será o titular na abertura do campeonato mas dificilmente veremos um quarterback da sua experiência, recebendo até US$ 13 milhões no ano, para ser um reserva de Matt Moore.
Mas essa foi a decisão certa do time da Florida? Cutler conseguirá manter o Miami Dolphins no mesmo nível de Tannehill ou até mesmo melhorar a equipe? Essa é mais uma pergunta interessante para a temporada 2017 da NFL. Há quem não aceite e afirme que Miami deveria ter contratado outro quarterback. Em contrapartida existem também aquelas pessoas que vêm bons sinais na ida de Cutler aos Dolphins. Sinais esses que, você concordando ou não, existem – e foram analisados abaixo.
Adam Gase está por lá
Está cada vez mais claro que a decisão do Miami Dolphins em assinar com Jay Cutler surgiu pelo passado que o quarterback já teve com o atual head coach da franquia Adam Gase. De acordo com a imprensa americana, os nomes de Colin Kaepernick e até mesmo Tim Tebow foram especulados nessa situação, mas o de Cutler era prioridade a todo momento.
Tudo isso aconteceu, de uma maneira geral, pela temporada de 2015 – faz sentido. É fato que alguns coordenadores ofensivos já perderam seus cargos por temporadas desastrosas de Jay Cutler, entretanto, talvez a grande “conquista” da carreira de Adam Gase como coordenador de ataque foi justamente a performance de Cutler há dois anos.
Em 2015, apesar de ter vencido apenas seis partidas, Jay terminou o ano com a melhor proporção de touchdowns-interceptações de sua carreira (21-11), assim como o melhor rating (92,3). Além disso, o QB apresentou uma das três melhores marcas pessoais na NFL em porcentagem de interceptações, jardas por tentativa e aproveitamento nos passes. No fim das contas, ele totalizou 3.659 jardas, 21 TDs e 11 INTs na ocasião. Tudo isso, diga-se de passagem, atuando com o grupo de recebedores limitado, e totalmente atrapalhado pelas lesões.
Mas como Gase fez Cutler ser melhor? Certamente existem múltiplas razões para isso. Todavia, o fato do coordenador ter colocado o ataque corrido em primeiro plano naquele ataque dos Bears foi determinante para os melhores rendimentos do quarterback. Em outras palavras, Adam Gase “usou e abusou” das jogadas terrestres em diversas situações, mudando a conjuntura enfrentada por Jay Cutler na maioria de suas tentativas de passe. Assim sendo, o jogo do camisa #6 ficou menos sobrecarregado e menos influente, porém mais perigoso e eficiente.
O elenco dos Dolphins
Tendo isso em mente e sabendo que Gase adotou a mesma ideologia com o ataque do Miami Dolphins na temporada passada – e deu certo, é esperado que o treinador faça fundamentalmente a mesma coisa em seu segundo trabalho com Jay Cutler.
Os Dolphins de 2017 oferecem a Cutler um running back com potencial de ser um dos melhores da liga, em Jay Ajayi (o que ele fez na segunda metade de 2016 foi impressionante). Ademais, o grupo de recebedores formado por Jarvis Landry, Kenny Still, DeVante Parker e Julius Thomas, talvez seja o melhor da carreira do quarterback na NFL. Apesar de já ter trabalhado com ótimos wide receivers, é difícil lembrar um grupo tão completo para Cutler quanto esse.
No outro lado da bola, por mais que o sistema defensivo do Miami Dolphins ainda não tenha rendido como o esperado (especialmente no pass rush), é inegável que é uma defesa com muito talento e potencial. O front seven conta com nomes como Cameron Wake, Ndamukong Suh, Kiko Alonso e Lawrence Timmons, enquanto a secundária é formada por Byron Maxwell e Reshad Jones, entre outros. A defesa de Miami não é uma que dominará por completo seus adversários, contudo, ela pode render mais que 33 sacks por temporada e 23,8 pontos permitidos por partida, como no ano passado. Se essa melhor acontecer já em 2017, sem dúvidas, é um considerável complemento para Jay Cutler.
O futuro…
O futuro, novamente, é incerto para o Miami Dolphins. A lesão de Ryan Tannehill não poderia ter acontecido em um momento pior, tanto para o jogador quanto para a franquia. Em 2016, pela primeira vez Tannehill levou sua equipe aos playoffs, e claramente ele evoluiu sob o comando de Adam Gase. Entretanto, pouco antes de começar sua segunda temporada ao lado de Gase, isso acontece. A ansiedade dos torcedores dos Dolphins em saber se Tannehill é de fato o quarterback da franquia ainda continua.
Se com Ryan Tannehill o Miami Dolphins seria um time que disputaria uma das vagas por Wild Card, pode-se dizer que com Jay Cutler a narrativa é a mesma. Em geral, a “troca” na titularidade de Tannehill por Cutler não rebaixa e nem eleva os Dolphins a lugar algum. Em uma comparação direta, enquanto o camisa #6 é aquele capaz de fazer mais jogadas brilhantes, o camisa #17 é o mais seguro e conservador.
Como visto, ainda pode ser cedo para cravar que Miami estará pior (ou melhor) sob o comando de Jay Cutler. Contudo, não é um absurdo dizer que Jay recebeu uma nova (e quase irrecusável) oferta para tentar reescrever sua história na NFL da melhor forma possível. Oferta essa que coloca ao lado do quarterback um velho conhecido e o melhor conjunto em quase uma década de carreira. Nem mesmo no melhor dos sonhos Cutler poderia esperar uma oportunidade como essa. Resta ver como será o rendimento do quarterback, para que o Miami Dolphins possa, ironicamente, dizer o mesmo.
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