Acabou a espera, fãs do futebol americano universitário! Depois de semanas parado, o college football está de volta com os melhores jogos da temporada até aqui. Durante essa semana, os amantes do esporte já podem até acompanhar os primeiros bowls. Se for o seu caso, considere-os uma introdução para a disputa dos playoffs no dia 29 de dezembro.
Como de costume, não podemos deixar de abordar o que o mata-mata do college football proporciona. Será a quinta vez que o novo sistema de playoffs é utilizado e, como de costume, as expectativas são altas. Alabama, Clemson, Notre Dame e Oklahoma, essas são as quatro universidades que ainda sonham com o título nacional da NCAA em 2018.
Assim sendo, sem mais delongas, vamos ao que interessa. Saiba mais sobre o que ficar de olho, estatísticas e o que esperar para as semifinais do college!
#2 Clemson vs #3 Notre Dame
Goodyear Cotton Bowl – Sábado (29/12), às 19hrs (horário de Brasília)
Os dois jovens QBs – O embate entre Clemson e Notre Dame colocará frente a frente Trevor Lawrence e Ian Book. Nesse caso, estamos falando de dois jovens quarterbacks, os quais estão sendo titulares pela primeira vez na carreira. Lawrence é um dos quarterbacks mais fortes do college football e protege bem a bola. Book, por sua vez, tem porcentagem de acerto nos passes incrível. Aliás, ele foi uma das razões para o bom ano de Notre Dame.
Todavia, é preciso lembrar que a defesa de Clemson, em especial no pass rush, talvez seja a melhor deste campeonato. Ou seja, Book provavelmente será pressionado. Ambos serão, pois a defesa dos Fighting Irish também não parece ser “flor que se cheire”. O que sentir menos a pressão em suas respectivas estreias nos playoffs do college football dará um passo importante para a vitória.
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A batalha nas trincheiras – A linha defensiva de Clemson é possivelmente a melhor do futebol americano universitário na atualidade. Porém, vale ressaltar que essa talvez não conte com Dexter Lawrence, visto que o jogador testou positivo para uma substância ilegal nesta semana. Ao mesmo tempo, Notre Dame tem um ataque corrido com média superior a 190 jardas por partida. Considerando que a pressão em Ian Book deverá ser constante, estabelecer o jogo corrido será de suma importância para os Fighting Irish.
O maior problema é que os Tigers permitiram até agora média de 2,4 jardas por corrida e somente duas equipes totalizarem 150/+ jardas terrestres. Como se não bastasse, o grupo de Dabo Swinney é o segundo da NCAA em tackles para perda de jardas.
O que esperar do confronto: Notre Dame tenta voltar à uma final nacional pela primeira vez desde 2012. Clemson, por sua vez, marca presença nos playoffs pelo quarto ano seguido e chegou à decisão há duas temporadas. Sem dúvidas, será um confronto épico. Estamos falando de duas defesas sólidas – e essa não é a primeira vez que sistemas defensivos de elite se encontram em mata-mata no college football.
Nas outras vezes em que isso aconteceu, venceu o time que soube atacar melhor. Detalhe: saber atacar não necessariamente significa ter mais jardas totais. Como citado, será chave para a defesa dos Tigers parar o jogo terrestre. Do outro lado, a ideia inicial dos Fighting Irish é forçar turnovers contra um QB que sofreu apenas quatro interceptações no ano. O talento individual em campo e a experiência fora das quatro linhas faz de Clemson favorita para o duelo.
#1 Alabama vs #4 Oklahoma
Capital One Orange Bowl – Sábado (29/11), às 23hrs (horário de Brasília)
Ataque contra defesa – A defesa de Alabama é uma daquelas que deve ser evitada no college football. Não é por acaso que temos visto ótimos prospectos defensivos da universidade aparecendo bem na NFL. Nick Saban é um gênio no que diz respeito a sistemas defensivos! Em números, os Crimson Tide são Top 5 na NCAA em pontos sofridos por partida (14,8) e nº 2 em eficiência defensiva (ESPN).
Em contrapartida, saiba que esse setor enfrentará o melhor ataque do futebol americano universitário. Oklahoma lidera a NCAA em pontos e jardas totais por partida, e eficiência ofensiva (ESPN). Lincoln Riley tem esplendido conhecimento de ataques e melhorou desde que chegou à semifinal em 2017.
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Tagovailoa vs Murray – Individualmente falando, estaremos presenciando um dos grandes encontros da última década no college football. De um lado, Tua Tagovailoa. Do outro, Kyler Murray. Tagovailoa foi o diferencial para Alabama na conquista de 2017. Murray, por sua vez, é o principal nome do futebol americano universitário no momento após ter vencido o Troféu Heisman. E sabe quem foi o segundo colocado na votação do Heisman 2018? Tua Tagovailoa!
Verdade seja dita, Tagovailoa não fez uma ótima apresentação na final da SEC, quando deixou a partida lesionado. Apesar de ainda não estar 100%, ele deverá começar a semifinal contra Oklahoma. Murray certamente espera ansioso por isso, visando ultrapassar as 300 jardas aéreas, algo que alcançado por ele em nove dos 13 jogos que fez em 2018. Ao todo, Murray passou para 40 touchdowns e sete interceptações. Tagovailoa tem 37 TDs e quatro INTs.
O que esperar do confronto: não tem como tirar o favoritismo de Alabama. Primeiramente, lembre-se que essa universidade é a atual campeã, a qual acumula três finais seguidas. Além disso, enquanto Oklahoma tem um ataque muito sólido porém uma defesa com evidentes fragilidades, os Crimson Tide apresentam um ótimo sistema defensivo acompanhando de um grupo ofensivo também perigoso. Em outras palavras, o desequilíbrio dos dois lados da bola é consideravelmente menor para a equipe de Nick Saban.
Se algo favorece os Sooners é que para derrotar ótimas defesas, deve-se marcar pontos. Nesse sentido, Kyler Murray e companhia fazem bem isso. Se o ataque de Oklahoma for capaz de marcar 30/+ tentos e a defesa, mesmo que não impecável, faça jogadas importantes, as chances aumentam. Será um grande embate!