Os amantes dos esportes americanos, independentemente se esses também adoram a Copa Mundo, não falam de outra coisa na NBA: LeBron James assinou com o Los Angeles Lakers DeMarcus Cousins assinou com o Golden State Warriors. É isso mesmo, aquele que é apotado para alguns como o melhor pivô da NBA acabou de ser contratado pelo melhor time da liga, a “preço de banana”. A chegada de Cousins aos Warriors, definitivamente, concretiza um novo “time dos sonhos”, o qual, pelo menos no papel, está entre os melhores da história. Além disso, cria uma nova pauta para os apaixonados pela NFL neste período “sem futebol americano”.
Enquanto na NBA o surgimento de Dream Teams não é algo raríssimo, visto que as questões de teto salarial/salário dos jogadores possibilita isso, o mesmo não pode ser dito no caso da NFL. É raro presenciar um “Fantasy Football real” no futebol americano profissional como se vê no basquete vez ou outra. Pegando o atual exemplo dos Warriors, estamos falando de um quinteto titular formado por cinco All-Stars, dos quais dois são All Pros. Convertendo isso para a NFL, seria como ter 20 de seus titulares indicados ao Pro Bowl. É algo utópico tendo em vista que cada franquia conta com mais de 50 jogadores por temporada.
Contudo, seria exagerado afirmar que na história da NFL nunca houve diretorias que tentaram criar “times dos sonhos”. De fato, não é algo como visto no basquete e até mesmo no futebol dependendo da ocasião; todavia, para os padrões do futebol americano, houveram situações nas quais franquias que já contavam com um elenco competitivo foram fortes ao mercado visando contratações de veteranos impactantes. Isso configura a construção dos “Dream Teams”. Vamos a elas!
Washington Redskins (2000)
Principais contratações: DE Bruce Smith, CB Deion Sanders, S Mark Carrier e QB Jeff George
Escolhas notáveis Draft 2000: LB LaVar Arrington e OT Chris Samuels
Quem já estava no time: CB Champ Bailey, CB Darrell Green, WR Andre Reed, RB Stephen Davis, QB Brad Johnson, OG Keith Sims e DE Marco Coleman
Campanha em 1999: 10-6, eliminado na Rodada Divisional (playoffs)
Campanha em 2000: 8-8, fora dos playoffs
Em 1999, o Washington Redskins foi muito competitivo. Em 2000, além de ter duas das três primeiras escolhas do Draft, decidiu investir pesado na free agency, tanto que dois dos maiores de todos os tempos – Smith e Sanders – foram contratados. Repare que eles se juntaram a outros que também estão na história da liga, como Bailey, Green e Reed. Entretanto, as coisas não aconteceram como o esperado e os Redskins não conseguiram ser um time equilibrado. Na temporada de 1999, Washington terminou como o segundo melhor da NFL em pontos marcados e apenas o 24º melhor em pontos sofridos por partida. Um ano depois, a defesa melhorou, subindo para a sétima posição da liga. Todavia, o ataque despencou para a 24ª colocação no quesito. O Washington Redskins de 2000 foi o primeiro time da liga a ter uma folha salarial acima dos US$ 100 milhões.
Philadelphia Eagles (2011)
Principais contratações: CB Nnamdi Asomugha, CB Dominique Rodgers-Cromartie, DE Jason Babin, RB Ronnie Brown, QB Vince Young, DT Cullen Jenkins, WR Steve Smith e G Evan Mathis
Escolhas notáveis Draft 2010: DE Brandon Graham e S Nate Allen
Quem já estava no time: QB Michael Vick, RB LeSean McCoy, WR Jeremy Maclin, WR DeSean Jackson, TE Brent Celek, DE Trent Cole e CB Asante Samuel
Campanha em 2010: 10-6, eliminado na Rodada Wild Card (playoffs)
Campanha em 2011: 8-8, fora dos playoffs
O próprio Vince Young nomeou os Eagles de 2011 Dream Team. Vick vinha de uma temporada com 21 TDs e seis INTs, com rating acima dos 100 pela primeira vez na carreira, e McCoy já era um dos melhores running backs da NFL e teria a companhia de Brown. Mathis reforçou a linha ofensiva, assim como Smith complementou o sólido grupo de recebedores. Do outro lado da bola, Philadelphia contratou basicamente todos os principais free agents da offseason, configurando um trio de CBs com Samuel, Asomugha e Cromartie. Na linha defensiva, Cole teve o apoio de Jenkins, Babin e Graham. Tudo isso em um time que teve o terceiro melhor ataque da NFL e chegou aos playoffs em 2010. Não tinha como dar errado, certo? Então…Philadelphia viu as lesões atrapalharem, a defesa não encaixou e o time como um todo fracassou, terminando o campeonato 8-8 e fora dos playoffs.
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Os Rams de 2018 merecem estar nesta conversa?
Principais contratações: DT Ndamukong Suh, CB Marcus Peters, CB Aqib Talib, CB Sam Shields e WR Brandin Cooks
Escolhas notáveis Draft 2018: –
Quem já está no time: QB Jared Goff, RB Todd Gurley e DT Aaron Donald
Campanha em 2017: 11-5, eliminado na Rodada Wild Card (playoffs)
Campanha em 2018: ???
Existem características do Los Angeles Rams para 2018 que se assemelham à construção de um “time dos sonhos”. Por exemplo, a chegada de tantos veteranos renomados é a principal delas – estamos falando de 12 Pro Bowls juntos em uma mesma offseason. Além disso, Cooks totaliza três temporadas acima das 1.000 jardas recebidas na carreira. Tudo isso se juntará a um elenco que teve o melhor ataque da NFL, um candidato a MVP, o melhor defensor e melhor técnico no ano passado. Em contrapartida, é preciso lembrar que o elenco dos Rams tem problemas, e não apenas em um ou outro setor. O grupo de linebackers é o ponto mais questionável. Os atuais edge rushers do time darão conta do recado? Os tight ends irá aparecer? Enfim, ainda existem alguns questionamentos pertinentes para com este elenco.
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