Em poucas semanas completará exatamente cinco anos desde que Brett Lorenzo Favre oficializou sua aposentadoria da NFL, tendo defendido o Minnesota Vikings naquele momento.
O lendário camisa #4 atuou na liga durante 20 temporadas, sendo 16 delas pelo Green Bay Packers. Por lá, liderou a franquia a dois Super Bowls, venceu um deles e se tornou um dos maiores quarterbacks de todos os tempos. Pouco tempo depois de “pendurar as chuteiras”, Favre teve sua camisa aposentada pelos Packers, e recebeu uma grande festa para isso, a qual excluiu qualquer tipo de dúvida se os torcedores em Green Bay teriam ou não certo ressentimento para com o jogador.
Em mais de duas décadas profissionais, Brett Favre demonstrou um amor ao jogo raramente visto na atualidade. Com toda sua determinação, conquistou o carinho de todas aquelas pessoas apaixonadas pelo futebol americano. Não tinha tempo ruim, não havia nada que o fizesse estar fora de combate e não foi fácil ver uma lenda como essa deixar os gramados. Conversar com Brett Favre é uma tarefa que todo jornalista esportivo e fã de esporte deveria ir atrás. Imagine quantas histórias, estórias, experiências e conselhos ele lhe dará, afinal, estamos falando de um dos maiores quarterbacks que o mundo já viu. Como pessoa, jogador, esportista, pai, filho… Enfim, é difícil encontrar alguém que não respeitasse Favre.
Conheça melhor três momentos gigantes, digamos assim, da enorme carreira deste jogador e entenda porquê ele deve ser admirado, não apenas pelos torcedores em Green Bay, mas por todos aqueles que torcem pela NFL.
O começo
Pouco se fala em como Brett Favre começou sua carreira, por isso não são muitas pessoas que sabem em qual time ele de fato estreou profissionalmente. Favre é mais um caso de quarterbacks “ignorados” no Draft, que contam com a sorte no começo da carreira e aproveitam muito bem a primeira oportunidade como titular. Um outro fato que é ainda mais desconhecido é que ele não foi draftado pelo Green Bay Packers, onde ficou marcado mundialmente.
Favre saiu da universidade de Southern Miss e foi selecionado pelo Atlanta Falcons (!) no Draft de 1991, na segunda rodada (escolha 33). Nos Falcons, ele participou de apenas cinco snaps, sendo um que resultou em sack e os outros quatro em passes, sem nenhum ter sido completado e dois deles interceptados.
Ainda não se sabe porque Ron Wolf, general manager dos Packers naquela época, ofereceu uma escolha de primeira rodada por Favre após a temporada de 91, já que nada indicava que ele jovem camisa #4 teria um futuro na National Football League. A realidade é que Wolf foi contra a opinião dos torcedores e dos médicos – Favre já havia sido diagnosticado com doenças degenerativas que poderiam encurtar sua carreira – e colocou um “jogador qualquer” na trajetória da glória. Naquele momento, a história de Favre, Wolf e Packers nunca mais foi a mesma. Ah, dos Falcons também não!
Os recordes
Brett Favre tinha inúmeras características, as quais faziam dele um jogador especial. Entre elas, personalidade forte, capacidade de reviravoltas, condicionamento físico, amor pelo jogo e, é claro, os recordes. Quem olha a fundo as estatísticas históricas dos quarterbacks da NFL, percebe claramente o quanto Favre era incrível lançando a bola.
Desde o dia 20 de setembro de 1992 até 20 de janeiro de 2008, Brett Favre foi titular em todos os jogos do Green Bay Packers! Isto totaliza 297 partidas consecutivas com participação inicial dele, um recorde que dificilmente deve ser quebrado. Além disso, ele marcou presença em 11 Pro Bowls, venceu a Conferência Nacional duas vezes (1996 e 1997) e conquistou o Super Bowl XXI. Continuando a lista, o camisa #4 foi nomeado jogador mais valioso da NFL por três temporadas consecutivas – algo que nunca se repetiu até hoje – e é um de seis quarterbacks a vencer o Super Bowl e o MVP na mesma temporada.
Favre, na história dos Packers, é o líder de jardas aéreas, passes completados, passes tentados, passes para touchdown e interceptações. Na história da NFL, ele liderou por muito tempo todos esses quesitos também. Contudo, mesmo com Peyton Manning quebrando a maioria dos recordes aéreos da liga (e Drew Brees colecionando alguns outros), vale ressaltar que Favre foi o primeiro quarterback de todos a ultrapassar a marca de 500 touchdowns e 70.000 jardas na carreira, mostrando ao mundo o que outros de sua posição estavam prontos para alcançar.
O jogo memorável
“Eu sabia que meu pai iria querer que eu jogasse. Eu amo muito ele e este jogo. É uma excelente opção para mim, para meu pai, para minha família, e eu não esperava uma performance deste tipo. Mas eu sabia que ele estava me assistindo esta noite.” Essas foram as palavras de Brett Favre após – possivelmente – a melhor atuação de sua carreira.
No Monday Night Football do dia 22 de dezembro de 2003, apenas um dia após a morte do pai de Favre, os Packers enfrentaram os Raiders, em Oakland. Surpreendentemente, Brett Favre optou por jogar. Mais surpreendente ainda foi a atuação do quarterback naquela noite: já no primeiro tempo, o camisa #4 lançou para quatro touchdowns, mais de 250 jardas e foi para o intervalo com um rating perfeito. Ao término do jogo, foi aplaudido pelos torcedores adversários, terminou com 22/30 nos passes (73%), 399 jardas, quatro touchdowns, nenhuma interceptação e rating de 154.9. Os deuses do futebol americano, guiados pelo comovente fato e seu pai, sabiam onde deveriam atuar naquela segunda-feira a noite.
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Conhecer Brett Favre melhor, para os fãs do futebol americano, significa muito mais que saber sobre um jogador fantástico de futebol americano, um Hall of Famer. Ele é único. Mas por que? Primeiramente pelas reviravoltas que alcançava durante as partidas após várias interceptações ou erros grotescos; depois, por se entregar ao jogo como pouquíssimos fizeram, fazem ou ainda farão.
As mudanças de time durante a carreira e a maneira como ele foi homenageado na em sua volta ao Lambeau Field mostram o porquê de sua singularidade. Ele é único por ter sido um monstro em Green Bay, ter deixado a franquia e jogado pelos Vikings (um dos maiores rivais dos Packers) sob duras críticas logo em seguida, e ter sido reverenciado novamente em sua volta ao Lambeau Field, estádio onde tudo começou. Aliás, como vimos no item 1, onde a maioria pensa que começou!
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