A cada dia que passa ficamos mais próximos da temporada 2017 da NFL e, com isso, as prévias para esse novo campeonato também aumentam no Shotgun. Times, divisões, jogadores, enfim, uma série de previsões já foram feitas (e ainda serão) pautado no que esperar de mais uma temporada da liga.
Antes de qualquer coisa, confesso que esta análise especificamente – sobre os jogadores mais pressionados – não estava no roteiro. Entre todas as pautas separadas para o site durante a pré-temporada, esse não era um assunto de grande destaque. Entretanto, assistindo aos jogos da pré-temporada, lendo artigos sobre as equipes e avaliando a repercussão individual e coletiva de cada franquia nas redes sociais, percebi que uma enorme quantidade de atletas estão “com a corda no pescoço”. Atletas esses que, ainda, estiveram em pauta constantemente nas últimas temporadas, por coisas coisas em alguns casos, inclusive. Em outras palavras, vários nomes chegam em 2017 com reais possibilidades de não estarem no mesmo destino no ano que vem, dependendo diretamente de suas atuações nos próximos quatro ou cinco meses. É melhor que a sorte esteja do lado deles!
Blake Bortles
“A corda está no pescoço” de Blake Bortles – e não era pra menos. Ele chegou à NFL em 2014, como terceira escolha geral daquele ano e grande esperança para o futuro do Jacksonville Jaguars. A franquia, então, começou a construir um elenco ao redor do quarterback e, após um ano decepcionante como calouro (11 TDs e 17 INTs), acreditou que tudo seria diferente quando o camisa #5 totalizou 4.428 jardas e 35 touchdowns em 2015. Entretanto, uma aguardada evolução acabou não acontecendo na temporada passada, pelo contrário: Blake Bortles terminou 2016 com mais pick six do que vitórias. Agora, em três anos na NFL, Blake tem um rating de 79,6 e retrospecto 11-34.
Consequentemente, as opiniões que defendiam que Bortles não é o quarterback ideal para comandar os Jaguars voltaram a aparecer, e podem estar ganhando cada vez mais forças. Doug Marrone já declarou publicamente que não sabe se Bortles será o titular do Jacksonville Jaguars na semana 1 da temporada regular, podendo dar lugar a Chad Henne. Além disso, em duas aparições de pré-temporada, o QB vem tendo problemas. O pesadelo na posição de quarterback segue acordado em Jacksonville!
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Roberto Aguayo
Aquilo que a maioria dos especialistas em futebol americano previu há pouco mais de um ano, como visto, não demorou muito para acontecer. Era (majoritariamente) previsto que o Tampa Bay Buccaneers fosse errar quando selecionaram o kicker Roberto Aguayo na segunda rodada (59ª escolha geral) do Draft de 2016. Verdade seja dita, Aguayo foi um dos melhores chutadores dos últimos tempos no futebol americano universitário e conseguiu praticamente todas as conquistas individuais possíveis enquanto atuava por Florida State. Entretanto, você destinar sua segunda escolha na classe (no caso, uma das 60 primeiras do Draft) a um chutador, sendo que praticamente todos eles são recrutados da 4ª rodada para baixo, não parece ser a melhor ideia.
Aguayo defendeu os Bucs em 2016 e acabou decepcionando: ele completou apenas 22 dos 31 field goals que tentou, sendo o mais longo de 43 jardas. Além disso, acabou errando três extra point. Tudo isso, combinado com dois field goals perdidos em duas partidas desta pré-temporada, resultaram no corte do chutador da franquia de Tampa. Assim sendo, o camisa #1 agora faz parte do elenco do Chicago Bears, e sabe que depende de uma temporada sólida se quiser continuar fazendo parte da National Football League.
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Andy Dalton / Marvin Lewis
O fato de ter colocado Andy Dalton e Marvin Lewis juntos aqui se dá porque eles tem sido os mais pressionados do atual Cincinnati Bengals, time que ainda não sabe o que é vencer uma partida de pós-temporada desde 1991. Isso mesmo, os Bengals carregam a maior seca de vitórias em playoffs da atualidade, apesar de terem se classificado ao mata-mata em cinco temporadas seguidas desde que a parceria Dalton-Lewis começou, em 2011.
Visivelmente, a pressão está em Cincy, não por péssimas campanhas do time (como no caso de Blake Bortles, por exemplo), mas sim porque a franquia tem feito boas temporadas regular, porém simplesmente não consegue vencer nos playoffs, em várias tentativas.
Desta maneira, enquanto Dalton, apesar de não ter se tornado o ótimo quarterback que se esperava, aparenta ser o melhor nome disponível para os Bengals na atualidade, o fim da linha para ele pode estar próximo, e mais ainda para Marvin Lewis. E são assim que as coisas funcionam na NFL: a pressão/culpa nas derrotas caem normalmente na conta do quarterback e do head coach. Dito e feito. Até que os Bengals consigam vencer um jogo realmente importante, isso sempre estará por lá.
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Chuck Pagano
O começo de Chuck Pagano no Indianapolis Colts foi muito bom. Ele não pode participar completamente da sua primeira temporada na franquia, em 2012 (foi quando Bruce Arians ganhou mais destaque na liga, aliás), mas deixou o time encaminhado e foi capaz de engrenar três campanhas 11-5 consecutivas, sob o brilho de Andrew Luck. Entretanto, Luck começou a sofrer com lesões, a linha ofensiva dos Colts pouco tem melhorado de um ano para ou e a defesa da equipe segue inofensiva aos oponentes (sendo que Pagano era coordenador defensivo em Baltimore até 2011), fatos que começaram a questionar o trabalho do treinador.
Asism sendo, ele entra em 2017 sabendo que uma nova campanha decepcionante, como uma terceira temporada consecutiva com campanha 8-8, por exemplo, pode ser o estopim de sua demissão. Jim Irsay deixou claro que mudanças fora das quatro linhas podem acontecer em Indy, e Pagano deve estar ciente disso.
Brock Osweiler
O Houston Texans visivelmente se arrependeu de ter contratado (e não estou nem me referindo ao valor desse) Brock Osweiler na temporada passada. Suas performances inconstantes em Denver simplesmente continuaram as mesmas – se não tiverem piorado – nos Texans em 2015. O resultado final disso foi a Houston conseguir uma troca com o Cleveland Browns pelo camisa #17. Troca essa que em um primeiro momento parecia ser apenas para “acertar valores” para os Texans e dar escolhas de Draft aos Browns. Entretanto, de alguma forma, Cleveland gostou de Osweiler (25 TDs e 22 INTs nas últimas 23 partidas disputadas).
Assim, o quarterback ganhou espaço no elenco da franquia de Ohio e foi apontado como o favorito à titularidade da posição para a semana 1 da temporada, no que tende a ser uma relação de relevância mútua entre jogador e franquia. Todavia, Osweiler precisa ter em mente que essa pode ser sua terceira e última chance como um titular na NFL, e que ele estará em um time que está para escalar seu 27º QB titular diferente desde 1999. Isso será interessante para os dois lados.
Kevin White
Você talvez esteja se perguntando porquê Kevin White está aqui, até mesmo pois ele é um wide receiver. Entretanto, lembre-se que até o Draft de 2015, existiam debates sobre quem era o melhor WR daquela classe, White ou Amari Cooper, já que ambos tiveram ótimas passagens no college football, por West Virginia e Alabama, respectivamente. Na ocasião, Cooper foi para os Raiders (4ª escolha geral) e White para os Bear (7ª escolha).
Contudo, Kevin White praticamente ainda não apareceu na NFL. Em duas temporadas na liga, ele se deparou com graves lesões, as quais possibilitaram-no disputar apenas quatro de 32 jogos possíveis, totalizando 19 recepções para 187 jardas. Nada mais. Para 2017, então, o camisa #11 aparenta estar totalmente recuperado e portanto em forma para sua primeira temporada efetiva no futebol americano profissional. White precisa fazer jus em termos de produtividade a um recebedor escolhido na sétima posição geral, ou senão ele corre sérios riscos de não ser tratado com um em um futuro próximo.
Todd Bowles
Todd Bowles chegou ao New York Jets com altas expectativas e com a tarefa de melhorar um time que foi muito improdutivo sob o comando de Rex Ryan entre 2009 e 2014. O primeiro ano de Bowles com os Jets foi em 2014 e a campanha 10-6 (ficando fora dos playoffs por muito pouco) deixou os torcedores da franquia animados. Entretanto, New York venceu apenas cinco partidas em 2016, fato que instaurou um completo processo de reformulação no elenco do time a partir de 2017.
Desta meneira, os Jets chegam para 2017 como um dos piores times da National Football League e, por mais que isso seria precoce, uma demissão de Bowles já chega a ser cogitada. Querendo ou não, ele ainda não conseguiu evoluir nas áreas de sua especialidade (sistema defensivo, por exemplo). Isso, combinado associado à reforma feita na franquia, pode custar o cargo do treinador em um futuro próximo. Neste ano, pode-se dizer então que Todd Bowles tem uma função maior do que salvar a temporada do New York Jets, que é garantir seu primeiro emprego como head coach na carreira.
Qual jogador/técnico chegar mais pressionado para a temporada 2017 da NFL? Mande para nós sua opinião nos comentários ou pelas redes sociais!
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