Mais uma semana se passou e, ao que tudo indica, estou gostando desta ideia: aquele “despretensioso” texto feito há meses sobre fatos da carreira de Brett Favre me deu a ideia para abordar a carreira de um outro jogador (falei de Tom Brady na semana passada). Confesso que pensei que não faria isso novamente, mas aqui estamos – e não seria justo (comigo, com o próprio jogador e com os leitores) não falar de Peyton Manning.
Nunca neguei o carinho que tive por Manning e a importância que ele teve em minha aproximação (há mais de uma década) ao futebol americano. Sobre isso, talvez valha a pena a leitura desta carta – “Obrigado, Peyton Manning!”.
Foi mesclando o que foi dito nesses dois primeiros parágrafos que decidi fazer mais um texto da série “Três fatos sobre a carreira…” – quem sabe outros podem vir por aí. Assim como nos casos de Brady e Favre, obviamente, não é possível abordar todos os grandes fatos da carreira desses quarterbacks, uma vez que o que eles fizeram no futebol americano talvez não seja possível nem descrever em cem mil linhas. Isto significa que, tentei separar os três mais interessantes/consideráveis da carreira de Peyton, tentando, de um modo geral, fugir daqueles dados relacionados a ele que ouvíamos semanalmente enquanto ele ainda estava em atividade.
Sem mais delongas, é hora de conhecer um pouco mais sobre a carreira de Peyton Williams Manning, o melhor quarterback da história da NFL – para que não haja nenhuma discussão desnecessária, Brady é o maior; e a diferença entre maior e melhor para mim está AQUI)
Seu impacto vai (muito) além das quatro linhas
Que Peyton Manning é um dos maiores jogadores de futebol americano que o mundo já viu, nós já sabemos. Que ele dispensa comentários sobre seu jogo e detém a maioria dos recordes de passe importantes da National Football League, também. Todavia, é preciso destacar e aplaudir Manning por outro motivo: seu impacto fora de campo. Desde 2007, o ex-quarterback tem um hospital com seu nome em Indianapolis, o “Peyton Manning Children’s Hospital at St. Vincent”. Isso se deu em decorrência de frequentes doações e ajudas que Manning e sua esposa Ashley Thompson Manning fizeram à instituição.
Além disso, Peyton começou uma fundação chamada “The Peyback Fundation”, a qual tem a missão de ajudar crianças especiais, e atua em Louisiana, Tennessee e Indiana. Por fim, vale ressaltar ainda que após o Furacão Katrina, a família Manning contribuiu com mais de 13 toneladas de água, travesseiros e outros mantimentos para as vítimas em New Orleans.
Tudo isso já rendeu a Peyton Manning diversos reconhecimentos, como o Walter Payton Man of The Year (2005), que honra o jogador da liga com grande engajamento social e voluntário fora do futebol americano, e até o nome de uma rua em Tennessee, chamada de Peyton Manning Pass.
Certamente, sabemos que esporte não é só aquilo que vemos dentro das quatro linhas, vai muito além – e Peyton Manning comprova isso.
O comprometimento com o time
Se você já ouviu falar alguma história a mais sobre Peyton Manning, provavelmente sabe do quanto ele era comprometido com suas atividades profissionais. Como muitos técnicos gostam de dizer (e Peyton já serviu de exemplo para livros de muitos técnicos, inclusive o de Bernardinho, da Seleção Brasileira de Vôlei), Manning era o primeiro a chegar e o último a sair de todas as sessões de treinamentos. Para ele, acredite ou não, não existia hora para trabalhar. E vários casos ilustram isso.
Por exemplo, algumas histórias dizem que Peyton Manning conseguiu decorar todo (!) o playobook do Indianapolis Colts em poucos dias após ter sido escolhido pela franquia no Draft de 1998. Além disso, para o veterano, não bastava apenas ele executar as atividades do time corretamente, seus companheiros de equipe deveriam fazer o mesmo – sob a fiscalização do quarterback ainda. Não à toa, enquanto fazia fisioterapia no pé direito já nos tempos de Denver Broncos, separado de seus colegas durante o treino, Manning pediu para usar o capacete do time com um microfone de onde estava para ouvir todas as instruções que eram passadas no treinamento, como mostra a foto.
A combinação entre talento, determinação e treinamento vista em Manning o colocou na posição certa para construir uma das grandes carreiras que o esporte já viu. Como outros esportistas já disseram, neste caso em específico, não tinha como não dar certo. E de fato não deu.
Por que o número 18?
Peyton Manning é um daqueles casos de pessoa que nasceu para jogar futebol americano, popularmente falando. Ele é filho de Archie Manning, ex-quarterback do New Orleans Saints, e o irmão do meio de Cooper Manning, ex-wide receiver, e Eli Manning, quarterback do New York Giants. Aliás, é justamente devido a um dos seus irmãos que Manning decidiu o número que vestiu na NFL por quase duas décadas.
Cooper é o mais velho e desde os tempos de Isidore Newman Highschool se destacava no futebol americano recebendo passes, do irmão Peyton, diga-se de passagem. A dupla dos irmãos Manning como QB-WR era uma das mais populares das escolas americanas e as universidades não podiam mais esperar para ver os dois atuando em algo maior. Entretanto, o destino não quis que isso acontecesse.
Cooper Manning, antes de efetivamente atuar no college football, foi diagnosticado com uma Estenose Espinhal, a qual poderia colocá-lo em uma cadeira de rodas pelo restante de sua vida com um tackle – essa história tem mais detalhes e merece ser conhecida por todos (até aqueles que não gostam de futebol americano), portanto, assistam ao documentário “The Book of Manning”!
Assim sendo, Peyton Manning seguiu sua carreira universitária vestindo a camisa #16 pela Universidade de Tennessee. Todavia, em homenagem ao seu irmão mais velho, o qual usava a #18 enquanto ainda podia jogar futebol americano, Peyton optou por este número ao chegar na National Football League.
Um jogador lendário, mas também uma pessoa exemplar e um irmão extremamente companheiro. Saber mais sobre a carreira de Peyton Manning é (muito) mais do que ver fatos de um grande atleta e reverencia-lo por isso. É saber como uma carreira profissional deve começar, desenvolver-se e terminar. Uma verdadeira aula.
O que mais lhe chama atenção na carreira de Peyton Manning? Mande sua opinião para nós nos comentários ou pelas redes sociais!
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